cor de afogamento

Emil M. Cioran
Todas as águas são cor de afogamento. ————- In: CIORAN, Syllogismes de l’Amertume(1952), Silogismos da Amargura, tradução de Manuel de Freitas, ed. Letra Livre (2009) / “A Chalupa“, Amadeo de Souza-Cardoso | O prazer das cores intensas, capazes de emprestarem expressividade às obras. De Henri Rousseau, da geração francesa...

caricaturas emméricas

Amadeo de Souza-Cardoso
“O que há de horrendo, nesta vida, é que nada foge à caricatura, nem a própria Divindade!” Teixeira de Pascoaes In: A Saudade e o Saudosismo. Lisboa, Assírio & Alvim, 1988, p.221 Numa visita ao Museu do Prado, em Madrid, Amadeo ficou impressionado com Los Borrachos, óleo de Diego...

Quem sonha é um lar aceso

Teixeira de Pascoaes
“Há dois modos de escrever aforismos: ou por ordem expressa, logo os mostrando, ou de forma secreta, não visível, ocultando-os. Teixeira de Pascoaes é um escritor de aforismos ao segundo modo…”, da contracapa. A seleção e apresentação é de António Cândido Franco, edição de 2022. A imagem da capa...

Tudo neste mundo provém duma luz que se apagou…

Teixeira de Pascoaes
Tudo neste mundo provém duma luz que se apagou… Por isso, eu vi na Sombra a essência das cousas, a luz da vida, a alma! / Teixeira de Pascoaes, Verbo Escuro, ed. / Teixeira de Pascoaes 🇵🇹(1877-1952), pseudônimo de Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos, nascido em Amarante, foi um...

amar a tristeza

Emil M. Cioran
O pecado não é estar triste, mas amar a tristeza. Cultivei-a de todas as formas, por necessidade e não por coquetismo. Amo as cantilenas espanholas, húngaras e argentinas, amo a tristeza em todas as suas formas, em todas as latitudes e níveis, do mais baixo ao mais alto. CIORAN,...

Roteiro para amar Amarante

Portugal
Amarante é a cidade à beira-rio do amor, da doçaria e da arte. Amarante já existia em 1200, mas foi elevada oficialmente à cidade só em 1985. A área urbana forma belos cenários com seus prédios históricos e igrejas, às margens do rio Tâmega, cortado pela icônica ponte. Situada...

às vezes se deseja escapar da estupidez

Boris Pasternak
Como às vezes se deseja escapar da estupidez sem sentido da eloquência humana, de todas essas frases sublimes, para refugiar-se na natureza, aparentemente tão inarticulada, ou na falta de palavras de um longo trabalho árduo, de um sono profundo, de uma música verdadeira, ou de uma compreensão humana, emudecida...

Senhora da Noite; Verbo Escuro

Teixeira de Pascoaes
I. Pergunta o homem ao seu espírito: «Que me dizes tu da morte?» II. « – Eis uma estranha pergunta! O homem não compreende a morte, por isso mesmo que é mortal; quando fala da morte, é como se falasse ainda da vida… Só eu a compreendo, eu -,...

paixão por uma língua

Gabriela Gomes
nenhuma paixão por uma língua é tão forte quanto àquela que te faz parir em outra terra / In: Gabriela Gomes, Língua-mãe, Porto, ed. Fresca   / Gabriela...

tudo é cor de rosa

Fiódor Dostoiévski
“E agora é primavera, então minhas ideias são sempre tão bonitas, nítidas, inventivas, e os sonhos que tenho são ternos; tudo é cor de rosa.”   “And now it’s spring, so my ideas are always so nice, sharp, inventive, and the dreams I have are tender; everything is rose-coloured.”...

Os amores difíceis

Italo Calvino
Esta coleção reúne contos escritos na juventude de Italo Calvino. Os primeiros foram escritos em 1945, quando Calvino tinha vinte e dois anos, e os últimos no início dos anos 1950, época em que o autor se firmava como uma das principais vozes da literatura italiana. A tradução é...

Três anos de Escorpião em Touro

Filipe Sambado
hyperpop music – Tem um novo álbum, com canções que vão da alegria à destruição em poucos segundos. É um disco maduro e elaborado, pensado como um todo, que reafirma este talento da pop alternativa...

Primavera

Edvard Munch
Na primavera se vence a batalha contra o inverno. A brisa suave e a luz suave do sol entram pela janela, as flores começam a desabrochar e um pequeno pardal está pronto para sentar no parapeito e cantar uma cantiga para alegrar os dias solitários desta jovem fraca e...

Meditación en el umbral

Rosario Castellanos
No, no es la solución tirarse bajo un tren como la Ana de Tolstoi ni apurar el arsénico de Madame Bovary ni aguardar en los páramos de Ávila la visita del ángel con venablo antes de liarse el manto a la cabeza y comenzar a actuar. No concluir las...

Perdoa-me se continuo a…

Filipa Leal
Perdoa-me se continuo a fazer pouca ginástica, se continuo a fazer coisas como poemas de amor. Enquanto tu, de mãos no volante, continuas a entrar na minha rua em sentido contrário.   In: Filipa Leal / Filipa Leal 🇵🇹 (1979-) é uma escritora, poetisa, argumentista e jornalista portuguesa nascida...

o medo no meio das palavras

Emil M. Cioran
Apenas cultivam o aforismo aqueles que conheceram o medo no meio das palavras, esse medo de se desmoronarem com todas as palavras. Emil M. Cioran In: CIORAN E. M., Syllogismes de l’Amertume (1952) Gallimard Silogismos da Amargura, tradução de Manuel de Freitas, ed. Letra Livre (2009) / “Prismas Elétricos”...

Jaroslava e seu prato

Alphonse Mucha
A primeira coisa que me chama a atenção neste retrato são os olhos da menina; concentrados, focados, sem piscar ou recuar, olhando profundamente para nossa alma. Com um olhar desse, pode-se supor que este era o retrato de uma femme fatale ou de uma feiticeira das lendas arturianas, mas...

Indolência ou Preguiça

Lao Tzu
“A cada vez, menos é feito. Até que a não-ação seja alcançada. Quando nada é feito, nada fica por fazer.”   Lao Tzu / Félix Vallotton, Indolência ou Preguiça, 1896 | A arte está repleta de representações onde a indolência não é explícita, mas esta xilogravura coloca a personagem...

O livro da primavera

Rotraut Susanne Berner
Chegou a primavera à cidade. E com ela, o bom tempo. Todos querem sair de casa e encontram-se no jardim, na praça, nos grandes armazens ou no parque.  A Beatriz e o João querem jogar à bola no parque, o Fernando tem muito que transportar e a Daniela vai...

Não há matéria para se fazer a tristeza

Eucanaã Ferraz
Não há matéria para se fazer a tristeza nessa manhã, manhã perfeita se a mão que me deu maio fosse a tua. / In: Eucanaã Ferraz, Cinemateca, ed. Companhia das Letras / Eucanaã Ferraz 🇧🇷 (1961-) é um poeta nascido no Rio de Janeiro, publicou, entre outros, os livros...