Escrito no verão de 1966, durante uma estada em Ibiza, à beira de um abismo nada metafórico, um caderno de páginas ardentes, dentre as mais intensas e radicais já escritas por Cioran.
Tradução Cristina Fernandes
fotografias: Diana Paiva
«Não consigo concentrar-me em nada, tudo me aborrece, tudo me convida à dispersão. Em contrapartida, interesso-me por uma data de coisas, mas por nenhuma até ao fim, salvo talvez o aborrecimento.
Sou um obsessivo dissipado, que esbanja e pulveriza as obsessões. Podia ter sido um grande curioso do incurável.»
p.34
In: Caderno de Talamanca, Editora contracapa
Emil M. Cioran 🇷🇴 (1911 — 1995) foi um escritor e filósofo romeno radicado na França. Ao publicar “précis de decomposition” (1949), passa a assinar E.M. Cioran — esse “M” não tem relação com outros nomes. Um dos melhores conhecedores da obra de Cioran é Fernando Savater, um de seus mais importantes livros adentrando no pensamento de Cioran é Ensayo Sobre Cioran (1974). Ambos eram próximos e o livro termina numa entrevista, mostrando um pouco do lado pessoal de Cioran. Principais interesses: antinatalismo, misantropia, suicídio. Está entre os nomes mais pessimistas do cardápio do pensamento. Indigesto para muitos. Amargor em prato frio. Escreve sobre o Nada com N maiúsculo.







