O cuscuz tem status de prato nacional no Marrocos, onde é preparado quase todos os dias como acompanhamento ou entrada. Este tipo de cuscuz consiste na sêmola de cereais de trigo, que é amassada até se transformar em pequenos grãos. Seu formato pode variar, há grãos minúsculos, quase disformes e até o tipo pérola, que é mais redondinho. Todos os tipos de cuscuz devem ser cozidos antes de servidos, e o complemento com legumes e um caldo é o toque pessoal que torna cada receita única.
A primeira vez que provei cuscuz marroquino foi como guarnição de kafta. Depois também vi servido em eventos e até casamentos. Uma opção sofisticada, leve e que pode ser vegetariana, servida quente ou fria em pequenas porções. O sabor do cuscuz de trigo em si é bem neutro, o que permite muitas possibilidades de tempero: o caldo pode ser apenas um suquinho cítrico ou ter extrato de carne/frango para uma textura mais encorpada. Isso faz toda a diferença, pois é justamente o caldo que hidrata e tempera o cuscuz.
A escolha dos legumes também conta: quanto mais colorido, mais bonito; mas é importante não comprometer a centralidade do cuscuz. O corte delicado e variado de cada tipo e cor de legume ajuda no equilíbrio com os grãos. Também é interessante colocar um item antagonista, ou seja, um ingrediente cujo sabor seja um pouco destacado dos demais (uva-passa branca, pinhole ou castanha-do-pará tostada) e que possa roubar a cena. Em dias festivos vale colocar logo os três juntos, mas em quantidades menores.
- 2 xícaras de água filtrada
- azeite de oliva
- 2 xícaras de cuscuz marroquino
- sal
- ½ xícara de cebola roxa picada
- ½ xícara de grão-de-bico
- ½ xícara de salsão ou cebolinha picado
- ½ xícara de cenoura em rodelas
- ½ xícara de nabo em cubos
- ½ xícara de tomate em cubos
- 1 colher de sopa de pimentão amarelo picado
- 2 colheres de sopa de uva-passa
- 1 dente de alho picado
- pimenta do reino em pó
Caldo simples
- 1 colher de sopa de gengibre fresco ralado
- 1 colher de sopa de suco de limão siciliano
- azeite de oliva extra virgem
- raminhos de alecrim
1. Leve a água ao fogo até ferver.
2. Ao ferver, acrescente o azeite, o sal e tire do fogo.
3. Adicione o cuscuz e misture bem.
4. Abafe por 5 minutos mantendo a panela tampada.
5. Tire a tampa e, com o cuscuz ainda morno, solte os grãos com um garfo.
6. Pegue outra panela para refogar a cebola e o alho com azeite.
7. Junte a cenoura e o grão-de-bico quando as cebolas estiverem quase dourando.
8. Em uma travessa junte o cuscuz, o caldo e o refogado, misturando delicadamente.
9. Adicione o tomate, o nabo, o salsão ou a cebolinha e o pimentão, misturando novamente com delicadeza.
10. Regue com azeite e enfeite cada porção com um raminho de alecrim.
11. Sirva quente ou frio.
Não faltam variações cuscuzeiras. No nordeste brasileiro, especialmente na Bahia, o cuscuz é muito comum, podendo ser a estrela solitária do café-da-manhã ou jantar. Feito com milho triturado, depois cozido em uma cuscuzeira (ou panela adaptada, como fazia minha avó). O formato compacto e o amarelo forte chamam a atenção. Daí, basta passar manteiga por cima, ou incrementar com um ovo frito de gema mole, se a fome pedir. Esse prato faz parte da minha vida! Já o cuscuz–paulista, curiosamente não gosto, pois é feito com peixe e camarão, ou galinha, ovos cozidos e muito tempero. Mas ainda preciso de novas chances com ele.