- O direito da criança de viver sua vida de hoje.
- O direito da criança a ser o que ela é.
- O direito de expressar suas ideias.
- O respeito pela ignorância.
- O respeito pela busca do saber.
- O respeito pelas lágrimas.
- O respeito pelo transtorno do crescimento.
É importante compreender bem o sentido desses direitos, a fim de permitir às crianças aproveitá-los, sem cometer erros em demasia. Erros, haverá sempre, mas o que é preciso é ter coragem para enfrentá-los; a criança saberá corrigi-los com a condição de não enfraquecermos nela essa preciosa faculdade que é o instinto de autodefesa. Nós lhe damos leite demais para beber ou um ovo que não está fresco para comer? Ela vomita. Nós lhe passamos uma informação que ultrapassa o seu entendimento? Não compreende. Um conselho sem valor? Não o escuta. Não falo apenas por falar ao dizer que é uma sorte para a humanidade não podermos obrigar as crianças a obedecer os métodos educativos que vão contra seu bom senso ou sua saudável vontade.
Ilustração: Kaatje Vermeire
Isaac Bashevis Singer 🇵🇱🇺🇸 (1902-1991) foi um contista de origem judaica, o primeiro escritor no idioma iídiche a ganhar o prêmio Nobel (1978). Nasceu na Polônia, mas viveu muitos anos nos Estados Unidos, onde escreveu e publicou sua obra. Ouando reconhece que era um precursor dos direitos da criança e do adolescente, cita uma passagem do seu livro Como amar uma criança, escrito entre 1914 e 1915: “Faço um apelo à magna charta libertatis, ou seja, a carta magna dos direitos da criança.” Em 1964 foi eleito membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano, tornando-se no único a escrever numa língua estrangeira.







