After great pain, a formal feeling comes –
The Nerves sit ceremonious, like Tombs –
The stiff Heart questions ‘was it He, that bore,’
And ‘Yesterday, or Centuries before’?

The Feet, mechanical, go round –
A Wooden way
Of Ground, or Air, or Ought –
Regardless grown,
A Quartz contentment, like a stone –

This is the Hour of Lead –
Remembered, if outlived,
As Freezing persons, recollect the Snow –
First – Chill – then Stupor – then the letting go –

podem considerá-la como pertencente à chamada poesia metafísica, somando-se isto a um certo misticismo.


Augusto de Campos, na tradução publicada em edição de 2008, pela Unicamp, observa: “Cruzam-se em sua poesia os traços de um panteísmo espiritualizado, de uma solidão-solitude, ora serena ora desesperada, e de uma visão abismal do universo e do ser humano. Micro e macrocosmo compactados em aforismos poéticos”.

CAMPOS, Augusto de. Introdução. In: DICKINSON, Emily (2008). Não sou ninguém. Campinas: Editora da Unicamp

A partir de elementos triviais, cotidianos, domésticos, do vestuário, por exemplo, bem como de pequenos seres da natureza, Dickinson dá vida às coisas, formando quadros considerados, por vezes, verdadeiramente surreais, embora expresse idéias bastante claras através de uma linguagem muito plástica. Em razão desta ressalva, é que muitos podem considerá-la como pertencente à chamada poesia metafísica, somando-se isto a um certo misticismo.


Emilly Elizabeth Dickinson (1830-1886) foi uma poetisa norte-americana, considerada moderna em vários aspectos da sua obra. Livros: The complete poems, Because I could not stop for Death, My Life had stood — a Loaded Gun. Dickinson, em toda sua vida, não publicou mais do que dez poemas, algumas vezes anonimamente, e teve sua numerosa obra reconhecida só após a morte. Sua vida discreta e misteriosa desafia até hoje os estudiosos de sua obra. Sua poesia possui uma liberdade sintática única, muito próxima do uso oral da língua, é densa e paradoxal como sua vida. Em sua enigmática literatura, criou um idioma poético próprio, desprezando as fórmulas ou a regularidade convencional.