Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.
Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados – do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.
Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo.

minisérie da rede Globo
Lista de Personagens
PARTE I – ANTARES
- Gaston Gontran d’Auberville – naturalista francês
- Juan Bautista Otero –
- Francisco Vacariano – Chico, partido liberal
- Angélica – filha dum abastado estancieiro de Alegrete
- Antão Vacariano –
- Xisto Vacariano –
- Anacleto Campolargo – partido conservador
- Antônio Maria Vacariano – primogênito de Chico Vacariano,
- Martim Francisco Terra – líder do grupo de pesquisa
- Benjamim Campolargo –
- Venusta – cafetina
- Cléo – 17 anos, amante, chamada Cleópatra
PARTE II – O INCIDENTE
(iniciando com os sete insepultos)
- Quitéria Campolargo– matriarca politizada, inteligente, morre de enfarte do miocárdio
- Cícero Branco – advogado, morre de derrame, advoga em nome dos mortos
- Menandro de Olinda– maestro solitário, fura os olhos da mãe nas fotos, suicida-se cortando os pulsos
- João Paz – jovem pacifista que morre torturado na cadeia, deixando esposa grávida
- José Ruiz – Barcelona, face equina, sapateiro anarcossindicalista, morre de aneurisma
- Erotildes – tísica, prostituta, quando nova fora uma das mais disputadas meretrizes do bordel
- Pudim de Cachaça – bugroide, cachaceiro, beberrão, assassinado por arsênico pela mulher
- Tibério Vacariano– coronel patriarca da cidade, herdeiro de terras e autoridade conservadora
- Xisto Vacariano – neto
- Zózimo Campolargo –
- Major Vivaldino Brazão– prefeito, cultiva e venera orquídeas
- Solange Brazão – primeira-dama da cidade,
- Quintiliano do Vale– meritíssimo juiz,
- Valentina do Vale – pantera açaimada, mulher inteligente do juiz
- Inocêncio Pigarço– delegado truculento que teme perder o controle da situação quando delatado
- Beata Pigarço – esposa do delegado, acredita na inocência do marido
- Mauro Pigarço – filho do delegado, simpatizante comunista
- Irmãs Balmacenas – solteironas e fofoqueiras, mandam cartas anônimas e comem cocada
- Lázaro Bertioga– médico da família Vacariano, se confessa
- Falkenburg– médico da família Campolargo
- Lucas Faia– jornalista de A Verdade
- Scorpio– cronista social
- Gerôncio– sacerdote de linha tradicional
- Pedro-Paulo– jovem capelão da Vila Operária, de linha socialista, taxado de comunista
- Mirabeau da Silva– promotor público, cabelos loiros e crespos como um anjo
- Yaroslav– fotógrafo de origem checa, trabalha na praça
- Egon Sturm– paranoico teuto-brasileiro, neonazista, tem quatro filhos
- Frau Sturm – esposa
- Libindo Olivares– latinista, helenista, matemático e filósofo
- Geminiano Ramos – líder dos operários e grevistas, herói de cabeleira flamenga, lábios polpudos
- Nico – rapaz da polícia
- Filadélfia – cleptômana,
- Chang Ling – chinês, proprietário da indústria de óleos
- Jefferson Monroe III – americano, famoso por suas botas, diretor do frigorífico
- Milicent Monroe – americana do Alabama
- Jean-François Duplessis – francês
- Dominique Duplessis – vistosa mulata haitiana, recebe espíritos e entidades,
- Eleutéria Branco – mulher adúltera do advogado que prefere rapazolas
- Ladrão – ouve que há joias sepultadas junto a um dos defuntos e viola o caixão de D. Quita
- Alambique – amigo do Pudim, tocador de viola
- Natalina – mulher do Pudim de Cachaça que vai presa
- Acácia – negra de religiões sincréticas, faxineira da prefeitura
- Rosinha – amiga de Erotildes, também prostituta
- Rita Paz – mulher de João Paz, grávida, foge para a Argentina
- Tranquilino – cabo