(La torre rossa), 1913

Giorgio de Chirico, o mestre da pintura de espaços estranhos, isolados e inquietantes, tem uma pintura chamada “A Torre Vermelha” de 1913 que também mostra uma torre solitária, não rachada, mas robusta e fechada ao mundo. No tarô, a décima sexta carta dos arcanos maiores é “A Torre”, que carrega um significado de caos, desastre e mudança repentina, mas também sinaliza o ponto do despertar, uma etapa importante de colapso e reconstrução para que nossos horizontes possam se expandir. O planeta astrológico correspondente da carta é Marte, um planeta com uma energia masculina ígnea, guerreira e enérgica, que pode trazer destruição, mas também uma liberação, um avanço. Na carta do tarot a torre vem sempre acompanhada de um raio que não está presente na pintura de Varo, mas a rachadura na fachada da torre pode combinar. As robustas e fortes paredes de pedra da torre podem ser uma fonte de segurança, um tentador conforto de segurança, mas somente depois que o raio caiu e a torre começou a decair é que podemos ver quão obsoletas eram as câmaras internas, quão solitárias e claustrofóbicas, quão definidoras eram as câmaras internas. e confinante. Pense nas senhoras da torre; a Rapunzel, presa ali pela bruxa malvada, soltando os cabelos quando o Príncipe chega, ansiosa para que ele a salve, ou a Senhora de Shalott, tecendo seus bordados na solidão. A poetisa uruguaia Delmira Agustini escreveu “Vivi na torre inclinada da melancolia…”; a torre, se não física real, um símbolo, uma torre emocional na qual nos aprisionamos.