Na pedagogia, práxis é o processo pelo qual uma teoria, lição ou habilidade é executada ou praticada, se convertendo em parte da experiência vivida. Enquanto uma lição é apenas absorvida em nível intelectual, no decurso de uma aula, as ideias são postas à prova e experimentadas no mundo real, seguidas de uma contemplação reflexiva. Desta maneira, os conceitos abstractos ligam-se com a realidade vivida. A práxis é usada para descrever um panorama recorrente através de um processo cíclico de aprendizagem experimental, como no ciclo descrito por David Kolb.

Em seu clássico exemplo ilustrativo em sua obra O Capital, Karl Marx (1818-1883) compara a atividade das abelhas, ao construir a colmeia, com o trabalho de um mestre de obras ao construir uma casa. Por mais perfeita que seja a construção da colmeia, e por mais limitado que seja o trabalho do mestre de obras, este último possui algo essencialmente diferente: ele imagina o que vai realizar, criando uma finalidade, um momento ideal, o qual almeja alcançar com seu trabalho. Marx postula a existência, pois, de um elemento teleológico consciente exclusivo da condição humana.

É necessário reconhecer a explícita dimensão ontológica da teoria marxiana, a qual define o ser humano como homens ativos, enquanto os objetos ocupam o locus atribuído como atividade sensível. A atividade humana, como trabalho, tecerá o vínculo entre sujeito e objeto, permitindo a efetuação e confirmação deste e daquele no mundo circundante. Além da capacidade de previamente idealizar em mente os seus objetivos, o homem consegue também observar a objetividade sensível e entender seu funcionamento. Portanto, fundamentado no estatuto ontológico do trabalho, Marx consegue conjugar um complexo que, ao unir sujeito e objeto, também articula o uso das faculdades humanas cognitivas e de agir orientado a fins.