Diante de uma plateia de jovens e adultos, o filósofo e historiador da arte Georges Didi-Huberman pergunta: o que são as emoções? Todos nós as conhecemos em primeira mão, é claro, mas nem por isso elas deixam de nos intrigar. Somos nós que as “temos” ou são elas que nos “têm”? Nós as sofremos – e portanto elas nos imobilizam, nos reduzem à passividade – ou elas nos movem, isto é, nos levam à ação? Elas nos isolam e nos silenciam ou, ao contrário, são uma forma de comunicação com os nossos semelhantes? Para sugerir respostas a essas questões, Didi-Huberman nos convida a percorrer as ideias de alguns pensadores ocidentais – e, sobretudo, a olhar com atenção para as emoções cristalizadas em grandes obras de arte, da escultura antiga ao cinema moderno.

Didi-Huberman, a partir de referências que vão desde a filosofia clássica, ao cinema soviético, passando pela fotografia, literatura e psicanálise, discute a relação entre emoções e ações, defendendo seu papel mobilizador, numa crítica ao racionalismo, que opõe logos e pathos e relega a emoção a uma condição de desvio. Em uma defesa emocionada, o autor ressalta o caráter social das emoções e, por fim, sua potencialidade de mobilização social.