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Extorquindo arco-íris atómicos

Elise Cowen

Fácil de amar
Os POETAS
O seu
ESPLENDOR

Derramando-se pelas páginas
Extorquindo arco-íris atómicos

Fácil de Amar
Os Poetas

O seu
ESPLENDOR

Derramando-se das páginas
Para
O meu colo


Elise Cowen 🇺🇸 (1933 – 1962) nascida em Nova York, foi amante de Allen Ginsberg. Ambos se conheceram em hospitais psiquiátricos. Elise sofreu durante grande parte da sua vida e acabou suicidando-se ao saltar pela janela da casa dos seus pais. Estes, depois tentaram destruir os escritos temendo referências a drogas e lesbianismo. Restaram apenas alguns poemas soltos em revistas literárias. A Ahsahta Press editou os poemas encontrados no único caderno que sobreviveu sob o título Elise Cowen: Poems and Fragments (2014).

O real não perdoa

António Barahona

O real não perdoa
e…, o amor também não.


In: António Barahona (excerto do poema Poema de Amor e de Desencanto), TELHADOS DE VIDRO 17, edição Averno


António Barahona da Fonseca 🇵🇹 (1939-) estudou Letras em Lisboa, influenciado pelo surrealismo, pertenceu ao chamado Grupo do Café Gelo, colaborou na Poesia Experimental. Converteu-se ao islamismo, e suas obras exploram os domínios do sonho e do misticismo e revelam religiosidade explícita. No seu anarquismo poético mescla elementos cristãos, islâmicos e hinduístas. Com tendência forte para a provocação, a obra Alicerces dos Telhados de Cristal colocou-o ao lado de quem atacava Salman Rushdie. Considera crime o aborto, a laicidade e pluralismo religioso na Europa. Foi casado com a escritora Luiza Neto Jorge e depois com a atriz Eunice Muñoz. Guerreiro, carrasco e poeta, diz ele.

encontrar de novo a tua face

Eugénio de Andrade

só a ti canto, que não há desastre
de onde não possa ainda erguer-me
para encontrar de novo a tua face.

 

In:Eugénio de Andrade, “Soneto” in Os Amantes Sem Dinheiro, ed. Limiar


Imagem: “Body of Land” by Alexandra Levasseur


Eugénio de Andrade 🇵🇹 (1923-2005)  pseudônimo de José Fontinhas, foi um poeta português nascido em Póvoa de Atalaia, no Fundão. Tem uma biblioteca com o seu nome na cidade. Em 1943 mudou-se para Coimbra. Entre as obras encontram-se, na poesia, Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os lugares do lume (1998). Em prosa, publicou Os afluentes do silêncio (1968), Rosto precário (1979) e À sombra da memória (1993).