tag . aquarelas

Pintura e Poesia – Fernando Pessoa por Alfredo Margarido

Yara Frateschi Vieira & Lênia Marcia Mongelli

Muitos artistas plásticos se debruçaram sobre a enigmática figura de Fernando Pessoa e sua produção, representando-as quer como pintores, ilustradores ou escultores. Entre eles, pode-se incluir Alfredo Margarido, pintor de formação, mas também poeta, ficcionista, ensaísta, sociólogo, antropólogo, historiador e ativista político, além de profundo conhecedor da poesia pessoana. O artista serve-se dessa múltipla experiência intelectual para compor suas aquarelas, que são reproduzidas neste livro ao lado de poemas de Pessoa e seus heterônimos. O resultado é um arguto olhar cromático, lúcido, inteligente, irônico em certos momentos, voltado para os desvãos da extraordinária obra heteronímica, naquilo que ela desvela de si mesma e de seu autor.

 

Organizadoras: Yara Frateschi Vieira é professora titular de literatura portuguesa da Universidade Estadual de Campinas (aposentada) e publicou, entre outros, O caminho poético de Santiago. Lírica galego-portuguesa (em coautoria com Maria Isabel Morán Cabanas e José António Souto Cabo, 2015). Lênia Márcia Mongelli é professora titular de literatura portuguesa na Universidade de São Paulo e organizou, entre outros, E fizerom taes maravilhas… Histórias de cavaleiros e cavalarias (2012).

 

Alfredo Margarido

 


Fernando Pessoa 🇵🇹 (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo português. Nascido em Lisboa. Poeta lírico e nacionalista cultivou uma poesia voltada aos temas tradicionais de Portugal e ao seu lirismo saudosista, que expressa reflexões sobre seu “eu profundo”, suas inquietações, sua solidão e seu tédio. Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo, criou heterônimos – poetas com personalidades próprias que escreveram sua poesia. Autor de Mensagem, Livro do Desassossego e muitas outras obras.

Conto da ilha desconhecida

José Saramago

O Conto da Ilha Desconhecida é um livro de José Saramago, lançado em 1997. É uma história na qual, em poucas páginas, o autor descreve metaforicamente o mundo, referindo também aspectos do ser humano, suas ambições e, em especial, as suas frustrações. Através desse texto o autor realiza também uma critica à burocracia, logo no inicio de seu texto.

A obra retoma um mote caro a Fernando Pessoa: “Para viajar, basta existir“. É quando o sonho e a imaginação tornam a aventura possível e a ficção é capaz de levar o homem daqui para ali, saindo ele do lugar ou não. Trata-se de um homem que, depois de insistir muito, consegue do rei uma embarcação para procurar uma ilha que, segundo ele, ainda não tinha sido descoberta por viajantes e geógrafos.

“O homem nem sonha que, não tendo ainda sequer começado a recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada das baldeações e outros asseios, também é deste modo que o destino costuma comportar-se connosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-se, não há mais que ver, é tudo igual.”

 

aquarelas de Arthur Luiz Piza

 

 


José de Sousa Saramago 🇵🇹 (1922-2010) nascido em Azinhaga, Golegã, foi o escritor português galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. Através de parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia, nos permite apreender continuamente uma realidade fugidia.