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Ti Coragem & Filhos Lda.

Teatrão

A criação teatral é uma adaptação da obra artística “Mãe Coragem e Seus Filhos”, de Bertolt Brecht, produzida em 1939. Com tradução de António Sousa Ribeiro e a dramaturgia de Jorge Louraço Figueira, a peça explora o papel da guerra como aliada do sistema capitalista pós-neoliberal em que vivemos. Os sete atores (Eva Tiago, Dinis Binnema, Hugo Inácio, Isabel Craveiro, João Santos, Margarida Sousa e Rui Damasceno) de “Ti Coragem & Filhos Lda.” vão distribuir-se por 30 personagens. A peça vai ser complementada pela atuação musical de três artistas sob a batuta de Vítor Torpedo.

Portugal, verão de 2024. Dirigindo-se à plateia está um grupo de especialistas do exército nacional, com a missão de assegurar o direito de todos a participar no esforço de guerra, e proporcionar o acesso de toda a gente à linha da frente, garantindo parte, claro, do respetivo soldo. O grupo é chefiado por um capitão, velho combatente da guerra colonial, e inclui homens que fizeram o tirocínio nas intervenções na ex-Jugoslávia. Os homens mostram o lado positivo da guerra, em especial como a microeconomia de guerra é o melhor modelo de desenvolvimento económico e social na atual conjuntura histórica, facilitando a integração na economia global, e promovem o acesso ao combate, incentivando as pessoas a criar a sua própria unidade, o seu próprio negócio, contribuindo para a economia local.

Um bom exemplo de parceria civil-militar é caso da conhecida empresa Ti Coragem, cuja tradição recua aos anos 1940, e que foi percursora do empreendedorismo de guerra, reinventando processos nos anos 1970 e 1980, e assim antecipando as tendências de gestão. O grupo de militares mostra num power-point a trajetória de Ti Coragem, que começou o negócio com uma velha carrinha recuperada, com um projeto autossustentado de comércio de bens indispensáveis que no calor da batalha providenciava aos militares de ambos os lados tudo o que era necessário para garantir o seu bem-estar e sobrevivência, e, deste modo, a continuidade da guerra. O projeto foi-se desenvolvendo aos poucos, tendo dado origem ao império que todos conhecem hoje em dia, e teve tal sucesso logo no início que de imediato os filhos foram recrutados pela administração militar, assumindo papéis de gestão e consultoria junto das forças armadas.

A Mãe Coragem, uma das figuras centrais, é personificada pela diretora do Teatrão, Isabel Craveiro, que retrata a empreendedora que “engorda da guerra que dá o pão”, mas a quem não quer entregar os seus filhos. No entanto, fica o alerta:

“se com a guerra quer ganhar, algo vai ter de lhe dar”.

Isabel Craveiro como Ti Coragem

O Diário de Anne Frank

edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler

12 de junho de 1942 1º de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de longos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente foi para Auschwitz, e mais tarde para Bergen-Belsen. A força da narrativa de Anne, com impressionantes relatos das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus, faz deste livro um precioso documento. Seu diário já foi traduzido para 67 línguas, e é um dos livros mais lidos do mundo. Ele destaca sentimentos, aflições e pequenas alegrias de uma vida incomum, problemas da transformação da menina em mulher, o despertar do amor, a fé inabalável na religião e, principalmente, revela a rara nobreza de um espírito amadurecido no sofrimento. Um retrato da menina por trás do mito.