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o apocalipse dos trabalhadores

Valter Hugo Mãe

Este é o romance mais divertido de valter hugo mãe, feito da história sempre trágica de duas empregadas de limpeza e carpideiras profissionais que, entre cansaços e desilusões, encontram ainda motivos de esperança. Cada uma ao seu modo, descobrem caminhos nada óbvios para a felicidade, explicando uma inteligência que radica mais na emoção do que na prudência envergonhada do bom senso.

O retrato mais genuíno de Portugal é, ao mesmo tempo, um sinal de força e de confiança para que, um dia, o país se encontre com a generosidade que define tanto o seu próprio povo.

A Desumanização

Fernando Paz

O livro “A Desumanização”, de Valter Hugo Mãe, vira peça teatral com adaptação inédita no Brasil, assinada por Fernando Paz. O Sesc Santana recebe o espetáculo que conta no elenco com as atrizes Fernanda Nobre e Maria Helena Chira.

O romance aborda as questões psicológicas de uma menina solitária por conta da morte de sua irmã gêmea no dia do nascimento de ambas. Maria Helena, que além de atuar também ajudou na idealização do projeto, ressalta a dificuldade de escolher as cenas diante de tantos temas que o exemplar aborda, “O livro aborda muitas questões. Foi uma dificuldade para entendermos qual seria nossa linha narrativa”.

Sob a direção de José Roberto Jardim, as atrizes interpretam a personagem central da obra, Halldora ou somente Halla, uma garota ainda muito jovem que é obrigada a saber lidar com a solidão, com a perda. Na verdade ela precisa aprender a viver após a morte de sua irmã gêmea Sigridur, precisa loucamente descobrir a própria identidade, o seu lugar neste mundo que até então era dividido como um espelho com a irmã.

As cenas iniciais deixam os espectadores em atenção máxima: o palco está dividido ao meio e cada parte é milimetricamente igual a outra, são espelhadas e reproduzem um apartamento. Ao entrarem pela porta da frente, as atrizes, com idênticos figurinos, ambas de cabelos curtos e loiros, executam os mesmos movimentos, têm as mesmas falas e reações. Para amplificar ainda mais esta sensação de espelhamento, elas se dirigem para um canto da sala, ligam pequenas câmeras e continuam seus monólogos e reflexões íntimas diante da lente, cujas imagens são projetadas nas paredes.

É desta forma que o espectador entende que está diante de Halla, já adulta, que busca incessantemente a própria identidade. Para isto, ela relembra a infância vivida na Islândia, lembra-se da morte da irmã gêmea, de seu envolvimento com um garoto com problemas mentais, da difícil relação com a mãe, da comunidade opressora em que vivia e, principalmente, da sensação de perda e solidão que teve de aprender a lidar ainda tão menina.

Se no romance Halla permanece na adolescência em toda a obra, nesta adaptação teatral ela está adulta e dentre suas indagações sobre a vida ela reflete sobre a passagem da infância para a juventude. Há outros dualismos na obra de Hugo Mãe reforçados na montagem, como morte e vida, novo e velho, passado e presente, o outro e eu.

publicação da mortalidade

Valter Hugo Mãe

publicação da mortalidade reúne a obra poética de Valter Hugo Mãe, que para esta edição eliminou poemas, trabalhou os que ficaram e acrescentou um grande número de inéditos.

poemas são transumâncias
de deuses

pastam nos versos
a infinita criação