A Streetcar Named Desire, escrito por Tennesse Williams em 1947, recebe uma montagem à altura de sua importância na história do teatro universal, em temporada no Teatro XP Investimentos até o dia 26 de novembro após ter recebido todos os prêmios, menções e reconhecimentos quando em cena no Teatro Tucarena de São Paulo.

Foto: João Caldas

A obra recebeu o Prêmio Pulitzer para Drama em 1948 e rendeu um Tony para Jessica Tandy antes de se tornar um clássico do cinema protagonizado por Marlon Brando na versão dirigida por Elia Kazan. Como aponta a própria sinopse oficial da produção, “a sonhadora e atormentada Blanche DuBois (Maria Luisa Mendonça) muda-se para a casa da irmã, Stella (Vírginia Buckowski), no estado norte americano de New Orleans, para logo entrar em violento embate com a brutalidade de seu cunhado, Stanley (Eduardo Moscovis). Na tensão entre a carnalidade bestial de Stanley e o espírito etéreo de Blanche, ergue-se a mais pungente e bela metáfora do duelo entre o sonho e a realidade, entre a alma e o corpo, que o teatro já produziu ”.

Foto: João Caldas

Utilizando-se de um enquadramento doméstico, o texto de Williams revela as fraturas arraigadas na paisagem norte-americana em que a grandeza decadente do sul se opõe a um mundo urbano pós-guerra, colidindo 2 visões de mundo, representadas pela classe trabalhadora (Stanley Kowalski) e os valores burgueses, independente da falência financeira e moral(Blanche DuBois), assim como o autor utiliza-se de outras referências na construção do muro divisório, como a origem afrancesada dos DuBois em detrimento dos “polacos”, pejorativamente chamados os descendentes poloneses. No delineamento dessa amplitude, Blanche DuBois trava sua luta corajosa, abstraída de esperanças e buscando manter um status que lhe escapa pelos dedos, acossada pelo pragmatismo rasteiro do cunhado em que o autor sublinha dramaturgicamente múltiplos episódios físicos através de uma riqueza de flutuações e trocas verbais contundentes.

Foto: João Caldas 


Ficha Técnica

Texto: Tennessee Williams | Tradução e Direção: Rafael Gomes

Elenco: Maria Luisa Mendonça, Eduardo Moscovis, Virgínia Buckowski, Donizeti Mazonas, Fabricio Licursi, Nana Yazbek e Davi Novaes

Cenário: André Cortez | Iluminação: Wagner Antonio
Figurino: Fause Haten
Seleção Musical: Rafael Gomes
Assessoria de Imprensa SP: Daniela Bustos, Beth Gallo e Thais Peres – Morente Forte Comunicações
Assessoria de imprensa RJ: Barata Comunicação
Projeto Gráfico: Laura Del Rey
Fotos de Estúdio: Pedro Bonacina e Renata Terepins
Fotos de Cena: João Caldas
Administração: Magali Morente Lopes
Produção Executiva: Martha Lozano
Coordenação de Projetos: Egberto Simões
Produtoras: Selma Morente e Célia Forte
Realização: Ministério da Cultura, Morente Forte Produções Teatrais, Substância Filmes, Empório de Teatro Sortido
Patrocínio: Renner