Em 1991, após a dissolução da União Soviética, a Geórgia tornou-se um estado independente, mas como algumas regiões queriam anexar-se à Federação Russa, eclodiu uma guerra civil. Rodero chegou em meados do pós-guerra a um país devastado pela dor e pela pobreza e em ruínas. Durante o projeto, Cristina García Rodero capturou a imagem de uma mãe com uma expressão distorcida no rosto ao se despedir do filho de apenas dezoito meses de idade. Rodero lembra que na Geórgia aprendeu a lidar com a morte por meio de funerais, que ali duravam vários dias para se despedir e compartilhar a dor. Nas suas fotografias há artesanato, vocação e uma paixão absoluta pelo ser humano em todas as suas dimensões: entre o céu e a terra, entre o mundano e o extraordinário. Esta imagem faz parte de uma comissão dos Médicos Sem Fronteiras.


Cristina García Rodero, Puertollano, Cidade Real (1949 -) referência na história da fotografia espanhola contemporânea, é membro da agência Magnum e uma das fotógrafas mais destacadas do cenário internacional. Ela também é proprietária de uma obra formidável focada nas tradições ancestrais e nos contrastes entre os humanos em diferentes partes do mundo. Recebeu numerosos prémios, incluindo o Prémio Nacional de Fotografia de Espanha em 1996, pelo seu trabalho criativo através do qual afirma ter-se descoberto. Por trás do seu olhar – quase antropológico – está uma mulher trabalhadora.