Como se caísse devagar, de Annita Costa Malufe, concebido como uma espécie de partitura musical, encena uma subjetividade becketiana e jazzística, em que infinitas modulações de vozes se fazem ouvir por trás da fluidez de uma escrita a um só tempo solta e exata. Nas palavras de Armando Freitas Filho, que assina a orelha, o livro é “um continuum, uma reescrita ininterrupta que não permite que se destaque qualquer trecho, ou linhas, ou versos, pois na verdade, mesmo que este corpo exposto seja feito de poemas, ele é orgânico, tem uma sequência, digamos, biológica, que não permite, sem que haja prejuízo, qualquer desmembramento”.