Melancolia I é uma gravura de 1514 criada pelo mestre alemão renascentista Albrecht Dürer e considerada uma de suas três grandes gravuras. Trata-se de uma composição alegórica que tem sido alvo de muitas interpretações.Tem sido considerada como formando um conjunto consciente de Meisterstiche juntamente com O Cavaleiro, a Morte e o Diabo (1513) e São Jerónimo no seu Gabinete (1514). Outra também citada é a de que se trata de uma alegoria da paralisia criativa de Leonardo da Vinci, o grande modelo artístico de Dürer. Ainda assim, a análise que prevalece é a de que a gravura sugere a melancolia do próprio artista e que se trata de um autoretrato.

Na gravura, um ser alado sentado está cercado de objetos pouco comuns à ciência e às artes. A pose da figura principal, com as mãos apoiando o rosto, se tornou uma imagem da “alma afligida” no final do século XVI, representado no Retrato de um Jovem, de Moretto, por exemplo.

Há sugestões de que seu trabalho com a melancolia artística foi influenciada pela obra De Occulta Philosophia, de Heinrich Cornelius Agrippa, um tratado popular entre os círculos considerados humanistas na época do Renascimento. Na obra, o autor classifica o que chama de “inspirações melancólicas” e as relaciona com o trabalho artístico.

Günter Grass utlizou esta gravura para refletir sobre a política moderna, em 1972, em seu livro Aus dem Tagebuch einer Schnecke (Do Diário de um Caracol)