Os Fatos do Caso do Sr. Valdemar (em inglês: The Facts in the Case of M. Valdemar) é um conto de ficção que mescla elementos do suspense, do horror e da pseudo ciência. De autoria de Edgar Allan Poe, ele foi primeiro publicado periodicamente no The American Review em dezembro de 1845, e, no mesmo período, no Broadway Journal. O conto também foi traduzido como “O Estranho Caso do Sr. Valdemar” (ou Waldemar), “A Verdade no Caso do Sr. Valdemar” e “Os Fatos que Envolveram o Caso do Sr. Valdemar”.

O conto explora, de forma fictícia, a ciência mesmérica, e seus supostos efeitos no leito de morte do Sr. Valdemar.

Meu caro P,
Pode vir agora mesmo.
D e F estão de acordo que não devo durar além de amanhã à meia-noite;
e acho que acertaram o momento com bastante precisão.
Valdemar 

Poe, ao escrever Os Fatos do Caso do Sr. Valdemar, visava provocar no leitor o sentimento de desgosto e nojo através de imagens grotescas. Seu sucesso é devido a construção do conto, que é emoldurado no seu próprio método: o enredo ocorre com personagens críveis, assim como seu pano de fundo aonde a história se desenvolve, que é realista. Essa sobriedade, no entanto, converge no resultado fantástico que é a experiência do Sr. Valdemar.

Devido a esse quadro realista, um pequeno grupo de pessoas consideraram o conto uma crônica real, que descreveria um evento sobrenatural. Isso causou alvoroço, que impulsionou muito a fama da história, principalmente na Inglaterra, onde, ilegalmente, o conto foi impresso na forma de panfleto em 1946, causando que muitos enviassem cartas a Poe, questionando a veracidade de seu conto. Em resposta a Arch F. Ramsey: “‘Hoax’ is precisely the word suited to Mr. Valdemar Case.” (“‘Lenda’ é precisamente a palavra para descrever o Caso do Sr. Valdemar”). Mais tarde, quando questionado por George W. Eveleth, ele respondeu: “P. S: The Valdemar Case is a hoax of course” (“P. S.: O Caso de Valdemar é falso, claro.”)

A exploração do magnetismo e seus efeitos na psiquê humana é um dos temas mais recorrentes em sua obra.

Wögel, Hermann, 1884

Notas

[1]: IN ARTICULO MORTIS: loc. adv.
Na hora da morte.

[2]: CHI·NÓ: sm
Espécie de cabeleira postiça, usada no alto da cabeça; peruca.

[3]: PLÚM·BE·O: adj
1. Relativo a chumbo; plúmbico.
2. Que tem a cor do chumbo.
3. FIG Que é tristonho e soturno.

[4]: VERBATIM: adv
De forma literal; exatamente nas mesmas palavras; literalmente.
Que corresponde palavra por palavra ao texto original.

[5]: ES·TER·TO·RO·SO: adj
Que apresenta ruído semelhante ao da água fervente e próprio da respiração agônica; estertorante: Respiração estertorosa.

[6]: E·PÍ·TE·TO: sm
1. Palavra ou frase que se junta a um nome de pessoa ou coisa para qualificá-los ou realçar seus significados: O artigo do jornal estava cheio de epítetos que elogiavam o filme.
2. Qualificação elogiosa ou ofensiva atribuída a algo ou alguém; alcunha, apelido, codnome.


Edgar Allan Poe 🇺🇸 (1809-1849) nascido em Boston, foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico em seu país. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores norte-americanos de contos e é, geralmente, considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma carreira financeiramente difícil.