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Histórias de Vila Mamoko

Aleksandra e Daniel Mizielińscy

Vila Mamoko é o cenário encantador onde passeiam os seus animados habitantes. Um rodopio de personagens que pululam pelas grandes e robustas páginas deste livro de cartão: o Simão anda à procura de alguém… mas quem será? E o Filipe está tão apressado porquê? Fica a saber porque é que o Leopoldo recolhe todos aqueles objetos ou de que cor são os sapatos novos da Sofia. E quem terá perdido as maçãs?

Aleksandra e Daniel Mizielinscy apresentam-nos um delicioso álbum ilustrado sem textos que diverte e surpreende os mais pequenos enquanto saltam de página em página, acompanham as histórias e procuram encontrar até o mais pequeno pormenor. Um livro com narrativas paralelas e múltiplas opções de leitura que estimula a observação, o diálogo, a criação e a capacidade de prever o desenrolar da história em leitores de idades muito diferentes.

Trad. Bárbara Santos


Aleksandra e Daniel Mizielińscy 🇵🇱 (1982) designers gráficos reconhecidos internacionalmente, autores de livros, jogos e sites. Licenciados pela Faculdade de Artes Gráficas da Academia de Belas Artes de Varsóvia. Vencedores de inúmeros prémios e distinções, incluindo o prestigiante prémio internacional BolognaRagazzi, o Prémio Sorcière em França e o prémio Andersen em Itália. Livros selecionados para os catálogos White Raven e 100 Outstanding Picture Books. Os seus livros foram traduzidos para mais de 40 línguas.

Try to praise the mutilated world

Adam Zagajewski

Try to praise the mutilated world.
Remember June’s long days,
and wild strawberries, drops of rosé wine.
The nettles that methodically overgrow
the abandoned homesteads of exiles.
You must praise the mutilated world.
You watched the stylish yachts and ships;
one of them had a long trip ahead of it,
while salty oblivion awaited others.
You’ve seen the refugees going nowhere,
you’ve heard the executioners sing joyfully.
You should praise the mutilated world.
Remember the moments when we were together
in a white room and the curtain fluttered.
Return in thought to the concert where music flared.
You gathered acorns in the park in autumn
and leaves eddied over the earth’s scars.
Praise the mutilated world
and the gray feather a thrush lost,
and the gentle light that strays and vanishes
and returns.

Source: Without End: New and Selected Poems ( Farrar, Straus and Giroux, 2002 )

translated by Clare Cavanagh


Adam Zagajewski 🇵🇱 foi um poeta, romancista, tradutor e ensaísta polonês. Ele recebeu o Prêmio Internacional Neustadt de Literatura de 2004, o Prêmio Griffin de Poesia de Reconhecimento Vitalício de 2016, o Prêmio Princesa das Astúrias de Literatura de 2017 e a Coroa de Ouro de Poesia de 2018 nas Noites de Poesia de Struga.

Correio literário — ou como se tornar (ou não) um escritor

Wisława Szymborska

O “Correio literário” era uma seção do semanário Życie Literackie (Vida Literária) em que a poeta Wisława Szymborska respondia às cartas dos leitores que enviavam seus primeiros escritos com a esperança de serem publicados e entrarem para o panteão literário polonês. As respostas tinham por objetivo orientar e comentar os textos para além do «não publicaremos» protocolar. Para atenuar a negativa, a poeta se vale de uma peculiar ironia, como se tentasse, de um só golpe, fincar novamente ao chão os pés dos sonhadores diletantes. Mas esse tom nunca impede reflexões profundas sobre arte, escrita e o comportamento daqueles que vivem escravos das palavras:

“O artista realmente infeliz é aquele que não deixa nada atrás de si.”

Entre um sorriso amarelo e outro, um conselho e um consolo. Este livro, repleto do humor extraordinário da ganhadora do Prêmio Nobel, não é apenas uma coleção de conselhos valiosos e dicas para escritores, mas também uma ótima leitura para amantes da literatura e leitores das obras de Wisława Szymborska que desejam conhecer mais suas opiniões, preferências literárias e escritores favoritos.

“A poesia não é uma recreação e uma fuga da vida, mas a própria vida.”


Wisława Szymborska 🇵🇱 (1923-2012) nasceu em Bnin, estudou Literatura Polaca e Sociologia. Conclui seu primeiro livro em 1948, que não chegou a ser publicado, já que o regime comunista caracterizou-o como demasiado burguês. Politizando-o, conseguiu publicar Dlagtego Zyjemy (1952, Por Isso Vivemos). Foi editora e colunista no Zycle Literackie, traduziu poesias francesas e escreveu: Wolanie Do Yeti (1957), Sól (1962), em que exprime pessimismo quanto ao futuro, Wiersze Wybrane (1964), Sto Pociech (1967), Ludzie Na Moscie (1986) e Koniec I Poczatec (1993), Chwila (2002). Laureada com inúmeros prêmios, se destacam o Goethe, o Herder, e o Prémio Nobel de Literatura em 1996.