O “Correio literário” era uma seção do semanário Życie Literackie (Vida Literária) em que a poeta Wisława Szymborska respondia às cartas dos leitores que enviavam seus primeiros escritos com a esperança de serem publicados e entrarem para o panteão literário polonês. As respostas tinham por objetivo orientar e comentar os textos para além do «não publicaremos» protocolar. Para atenuar a negativa, a poeta se vale de uma peculiar ironia, como se tentasse, de um só golpe, fincar novamente ao chão os pés dos sonhadores diletantes. Mas esse tom nunca impede reflexões profundas sobre arte, escrita e o comportamento daqueles que vivem escravos das palavras:

“O artista realmente infeliz é aquele que não deixa nada atrás de si.”

Entre um sorriso amarelo e outro, um conselho e um consolo. Este livro, repleto do humor extraordinário da ganhadora do Prêmio Nobel, não é apenas uma coleção de conselhos valiosos e dicas para escritores, mas também uma ótima leitura para amantes da literatura e leitores das obras de Wisława Szymborska que desejam conhecer mais suas opiniões, preferências literárias e escritores favoritos.

“A poesia não é uma recreação e uma fuga da vida, mas a própria vida.”


Wisława Szymborska 🇵🇱 (1923-2012) nasceu em Bnin, estudou Literatura Polaca e Sociologia. Conclui seu primeiro livro em 1948, que não chegou a ser publicado, já que o regime comunista caracterizou-o como demasiado burguês. Politizando-o, conseguiu publicar Dlagtego Zyjemy (1952, Por Isso Vivemos). Foi editora e colunista no Zycle Literackie, traduziu poesias francesas e escreveu: Wolanie Do Yeti (1957), Sól (1962), em que exprime pessimismo quanto ao futuro, Wiersze Wybrane (1964), Sto Pociech (1967), Ludzie Na Moscie (1986) e Koniec I Poczatec (1993), Chwila (2002). Laureada com inúmeros prêmios, se destacam o Goethe, o Herder, e o Prémio Nobel de Literatura em 1996.