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Caipira picando fumo (1893)

Almeida Júnior

Caipira picando fumo é uma pintura de Almeida Júnior. Sua data de criação é 1893. Encontra-se sob a guarda de Pinacoteca do Estado de São Paulo. A obra é considerada uma das mais notáveis realizadas por Almeida Júnior, um dos principais objetos da pintura regionalista. A obra foi produzida com tinta a óleo. Suas medidas são: 202 centímetros de altura e 141 centímetros de largura.

No centro da obra, há um trabalhador rural de meia idade (Bento Roque Pires), que permanece alheio à atenção que lhe é conferida, compenetrado em sua atividade. O homem tem o rosto com marcas de dureza, e usa roupas simples, típicas do campo. Está sentado em frente a uma casa, feita de taipa, com uma faca na mão, picando fumo.

Caipira picando fumo (1893), Almeida Júnior

O quadro foi realizado num período em que Almeida Júnior era reconhecido por sua representação da vida rural em São Paulo, já tendo atingido fama. Foi aliás nesse período que Cesário Motta aproximou-se do pintor, para que este realizasse pinturas para a formação do acervo do Museu Paulista.

Assim como Amolação interrompida, Caipira picando fumo apresenta um personagem típico do sertão paulista, a quem é conferido “monumentalidade”. É uma pintura característica do regionalismo. Apesar dessa característica própria à brasilidade, foram reconhecidas influências técnicas europeias, em específico naturalistas, na pintura.

“Sem nenhuma concessão a um pitoresco feito de detalhes supérfluos, o picador de fumo, na sua postura concentrada, expondo de modo crucial sua faca, interpondo-a de fato entre si mesmo e o espectador, protege-se, protege sua autonomia individualizada, protege, pela violência possível, o lugar frágil que ocupa no mundo.”

Foi também notado que o quadro caracteriza-se por uma representação de intimidade e compenetração. Há, portanto, o retrato do homem em um ambiente natural, de reconforto. A simbiose entre o caipira e seu ambiente é garantida pela presença dominante do sol.


Almeida Júnior (1850-1899), nasceu em Itu, foi pintor da escola realista, na fase madura de sua obra aborda temas nacionais, retratando principalmente cenas rurais paulistas. Em 1869 ingressa na Academia Imperial de Belas-Artes. Viaja para Paris em 1876, com uma pensão dada por dom Pedro II, e aperfeiçoa-se. Pinta obras tipicamente acadêmicas. Volta ao Brasil e exibe na Exposição Geral de Belas-Artes, em 1884. Segue a tendência do retrato clássico, tornando-se conhecido por ser um dos primeiros nomes do academicismo brasileiro a valorizar a temática nacional – mais especificamente a paulista. Recebe a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas-Artes em 1898. É assassinado por razões passionais em Piracicaba.

A Saudade

Almeida Júnior

Esta é uma das mais famosas pinturas do brasileiro Almeida Júnior. Temos nessa composição, uma mulher que é a figura central e também a presença de uma janela, elemento tão comum nos quadros do pintor, que tinha predileção por retratar ambientes do dia a dia, tornando assim um mestre na pintura narrativa. Através da janela aberta entra a luz, vê-se apenas uma parte dela. Todo o ambiente é simples, com a parede à esquerda necessitando de reparos, levando o observador a imaginar que se trata de um ambiente rural. As cores da casa, do local se harmonizam com os tons de pele da mulher mostrando que ela pertence a este local.

Saudade. Almeida Júnior. 1899. Óleo sobre Tela (101 x 197) – Pinacoteca do Estado de São Paulo

Uma luz em perpendicular entra pelo primeiro quadrante, passa pelo chapéu, brincos, boca, lágrima, documento, livro e termina no baú entreaberto que conduz nosso olhar na obra.

A postura da mulher voltada para dentro indica introspecção ignorando o universo externo. Com vestimenta preta, de costas para a janela de madeira, e de frente para o observador, com a cabeça baixa e cabelos despencando pela face esquerda, com lágrimas a escorrer-lhe pelo nariz, segura uma foto na mão esquerda, enquanto com a direita cobre a boca com um xale preto. Seu rosto, com os olhos comprimidos, denota uma expressão de grande saudade. Mais do que isso, atente para a fotografia que a mulher traz em sua mão esquerda e para seu braço direito cuja mão cobre o rosto usando o xale, com o intuito de abafar qualquer soluço. É preciso ressaltar no modo como o artista compõe sua obra numa rica estruturação que está diretamente vinculada ao centro de atenção da narrativa.

O chapéu de palha, pendurado na parede, leva a um segundo personagem, ausente da cena, provavelmente o marido. Um baú entreaberto, onde se vê, acima de sua tampa, um velho livro de fotografias, coberto com um véu, reforça o sentimento de solidão e tristeza.


Almeida Júnior (1850-1899), nasceu em Itu, foi pintor da escola realista, na fase madura de sua obra aborda temas nacionais, retratando principalmente cenas rurais paulistas. Em 1869 ingressa na Academia Imperial de Belas-Artes. Viaja para Paris em 1876, com uma pensão dada por dom Pedro II, e aperfeiçoa-se. Pinta obras tipicamente acadêmicas. Volta ao Brasil e exibe na Exposição Geral de Belas-Artes, em 1884. Segue a tendência do retrato clássico, tornando-se conhecido por ser um dos primeiros nomes do academicismo brasileiro a valorizar a temática nacional – mais especificamente a paulista. Recebe a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas-Artes em 1898. É assassinado por razões passionais em Piracicaba.