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Las Meninas

Diego Velázquez

Las Meninas é uma pintura de 1656 por Diego Velázquez, o principal artista do Século de Ouro Espanhol. Ela está hoje em dia no Museu do Prado em Madrid. A composição enigmática e complexa da obra levanta questões sobre realidade e ilusão, criando uma relação incerta entre o observador e as figuras representadas. Por essas complexidades, As Meninas é uma das obras mais analisadas da pintura ocidental.

A pintura mostra um grande aposento no Real Alcázar de Madrid durante o reinado do rei Filipe IV da Espanha, mostrando várias figuras da corte espanhola contemporânea representadas, de acordo com alguns analistas, em um momento específico como se fosse em uma fotografia. Algumas olham para fora do quadro em direção ao observador, enquanto outras interagem entre si. A jovem infanta Margarida Teresa está cercada por um séquito de damas de companhia, chaperone, guarda-costa, duas anãs e um cão.

Pouco atrás deles está o próprio Velázquez, que se representa trabalhando em uma grande tela. O artista olha para longe, além do espaço pictórico onde o observador da pintura estaria. Ao fundo está um espelho que reflete o rei Filipe e a rainha Mariana. Eles parecem estar colocados fora do espaço da pintura em uma posição similar à do observador, apesar de alguns acadêmicos especularem que suas imagens são o reflexo da pintura em que Velázquez é mostrado trabalhando.

As Meninas foi reconhecida como uma das pinturas mais importantes na história da arte ocidental. O pintor barroco Luca Giordano afirmou que ela representa a “teologia da pintura”, com o presidente da Academia Real Inglesa sir Thomas Lawrence descrevendo a obra em 1827 para David Wilkie como “a verdadeira filosofia da arte”. Mais recentemente, foi descrita como a “realização suprema de Velázquez, uma demonstração bem consciente e calculada sobre o que uma pintura pode alcançar”


Leitura Complementar

  • Michel Foucault explica em detalhes o jogo sofisticado de Velásquez em As Palavras e a Coisas

Los que han visto la muerte

Cristina García Rodero

Em Los que han visto la muerte. Romería del Santo Cristo de la Agonía, pertencente à série Espanha Escondida – obra que lhe valeu fama internacional -, Cristina García Rodero mostra-nos um grupo de senhoras de uma aldeia galega (Xende). Captada a partir de um percurso por cidades de diferentes regiões de Espanha entre 1975 e 1988, a imagem tem grande valor documental, antropológico e artístico, tanto pela sua qualidade como pelo registo visual, sobretudo pessoal. Representa a tradição celebrada no Domingo da Santíssima Trindade, onde aquelas pessoas que desejam agradecer um favor, ou pedir uma melhoria na saúde, andam pelo templo com um caixão, ao estilo da procissão das mortalhas de Santa Marta de Ribarteme., na Pobra do Caramiñal, ou em As Neves. A fotógrafa faz uma abordagem absolutamente original ao ser humano numa época em que começa a desaparecer a “Espanha profunda”, a Espanha das localidades por onde a artista percorreu, vivendo-as e nelas mergulhando através de um trabalho constante.


Cristina García Rodero, Puertollano, Cidade Real (1949 -) referência na história da fotografia espanhola contemporânea, é membro da agência Magnum e uma das fotógrafas mais destacadas do cenário internacional. Ela também é proprietária de uma obra formidável focada nas tradições ancestrais e nos contrastes entre os humanos em diferentes partes do mundo. Recebeu numerosos prémios, incluindo o Prémio Nacional de Fotografia de Espanha em 1996, pelo seu trabalho criativo através do qual afirma ter-se descoberto. Por trás do seu olhar – quase antropológico – está uma mulher trabalhadora.