O medo do escuro talvez seja o primeiro grande desafio da infância. Alguns cientistas afirmam inclusive que esse medo está em nosso DNA desde o início dos tempos. Nós humanos, na ausência de luz, podemos imaginar as coisas mais terríveis quando enganados pelos outros sentidos: sombras que tomam formas de monstros e barulhos estranhos que não nos deixam dormir à noite.
Mas basta crescermos um pouco para a imaginação colocar a escuridão do nosso lado. As sombras que antes assustavam se transformam em brincadeira na parede mais próxima – o que na juventude pode servir para alimentar boas conversas, inventar histórias e realizar encontros mágicos.

“O escuro às vezes não é falta de luz, mas a presença de um sonho…”

Uma escuridão bonita fala da beleza desses encontros. Um casal de jovens aproveita a falta de luz em sua cidade para trocar algumas palavras sobre suas vidas e, assim, se descobrem aos poucos. Uma história escrita pelo premiado escritor angolano Ondjaki sobre as coisas não ditas, mas que acabam por preencher os jovens corações sem medo da ausência de luz.


Ondjaki Ndalu de Almeida (1977-), popularmente conhecido como Ondjaki, é um poeta e escritor angolano nascido em Luanda. estudou em Lisboa onde se licenciou em sociologia,