IX. Madrigal

Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se era fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.


Eugénio de Andrade, no livro “Primeiros Poemas, As Mãos e os Frutos, Os Amantes sem Dinheiro”. 1948 (Ed. A&A; 2.ª edição [2014]).


Definição de Madrigal
Pequena composição poética que encerra um pensamento delicado, terno ou galante: recitar um madrigal. [Música] Composição vocal polifônica a cappella, ou monódica com acompanhamento, que busca traduzir as menores inflexões de um poema. [Figurado] e Fam. Galanteio. Canção pastoral, geralmente de natureza contemplativa, na qual duas ou mais vozes cantam melodias diferentes sobre o mesmo texto.


Eugénio de Andrade 🇵🇹 (1923-2005)  pseudônimo de José Fontinhas, foi um poeta português nascido em Póvoa de Atalaia, no Fundão. Tem uma biblioteca com o seu nome na cidade. Em 1943 mudou-se para Coimbra. Entre as dezenas de obras que publicou encontram-se, na poesia, Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os lugares do lume (1998). Em prosa, publicou Os afluentes do silêncio (1968), Rosto precário (1979) e À sombra da memória (1993).