🎼 Música

Hammer, uma noite inteira em dois atos

Alexander Ekman

Bailado do multipremiado coreógrafo sueco

Uma comunidade harmoniosa compartilha um estilo de vida altruísta inspirado na era hippie. Correm, brincam, cantam e aproveitam a vida. Mas, lentamente, a comunidade avança em direção à era moderna com a sua vigilância omnipresente. O comportamento do grupo torna-se cada vez mais egoísta e individualista. O segundo ato, passa-se num lugar diferente. Encontramos um grupo de pessoas autoconscientes em bolhas solitárias. Eventualmente, incapazes de lidar com as falsas pretensões, são forçadas a abandonar a fachada da sua imagem consciente e a regressar a uma existência altruísta. O multipremiado coreógrafo sueco Alexander Ekman é ousado, imprevisível e inovador, assim como a Göteborgs Operans Danskompani. O seu trabalho visualmente poderoso destaca a autoimagem da sociedade contemporânea, muitas vezes com um toque humorístico. Ekman criou cerca de 50 obras, que foram apresentadas por quase o mesmo número de companhias de dança em todo o mundo. Hammer, uma noite inteira em dois atos, com música de Mikael Karlsson, é o seu terceiro trabalho para Göteborgs Operans Danskompani.

Três anos de Escorpião em Touro

Filipe Sambado

hyperpop music – Tem um novo álbum, com canções que vão da alegria à destruição em poucos segundos. É um disco maduro e elaborado, pensado como um todo, que reafirma este talento da pop alternativa portuguesa.

Terra Livre

Ricardo Vignini & O Gajo

Fomos ao show instrumental dos músicos Ricardo Vignini e O Gajo, ouvi falar pela primeira vez da lenda portuguesa da Maria da Manta, uma figura feminina equivalente ao nosso “homem do saco” que assusta as crianças. O som do diálogo entre a viola campaniça e a viola caipira, entre Portugal e o Brasil.

O encontro do português João Morais – mais conhecido como O Gajo – e do brasileiro Ricardo Vignini aconteceu em 2022, através das redes sociais. Uma sintonia musical ativou um primeiro contato, com a participação de Vignini no disco “Não Lugar”, de 2023, d’O Gajo, e que rapidamente se transformou numa regular troca de ideias e na vontade de cruzar os dois mundos artísticos e culturais que caracterizam estes tocadores. Esta sintonia aproximou-os e as trocas de ideias, começaram a dar origem a um trabalho consistente, que decidiram transformar num disco de nome Terra Livre. Território exploratório de Ricardo (viola caipira) e João (viola campaniça), onde expandem os seus horizontes criativos sem fórmulas. O single “Albatroz” tem retoques folk oriundos do Brasil e Portugal, e as melodias intrincadas, características de ambientes musicais mais progressivos. A viola campaniça e a viola caipira dialogam, para revelar uma narrativa que conta um pouco da história passada, do presente e do futuro dos dois países.

foto: Rita Peran