Madrid é um paraíso para os amantes da literatura, e pode-se dizer até que se trata de um burgo dedicado à palavra escrita. Vários escritores de fora chamaram de lar esta capital. Aqui vão algumas ideias de passeios pela movida madrileña literária, sem perder de vista o bom e velho turisminho tradicional. A vida por Madrid é vibrante. A frase que mais se ouve nas ruas é No passa nada! Talvez por isso, os caminhos são fáceis, agradáveis, pulsantes. Madrid puede ser la mejor si la miras con ternura.


Roteiro Literário

Madrid figura bem em romances de Benito Pérez Galdós e Almudena Grandes, na poesia de Cernuda, Machado ou na contemporânea de Amalia Bautista, nas letras jornalísticas de Arturo Perez-Reverte… bons autores madrileños. O mais famoso escritor espanhol de todos os tempos segue sendo Miguel de Cervantes, mas durante o Século de Ouro espanhol houve três grandes dramaturgos madrilenhos: Tirso de Molina, Calderón de la Barca e Lope de Vega. Até hoje, um passeio pelo Barrio de las Letras lembra uma comédia, onde espadachins, casanovas, nobres e criados se mexiam ao ritmo da poesia hendecassilábica nos corrales, palcos de teatro ao ar livre. A eclosão da Guerra Civil colocou Madrid nos jornais internacionais. Os melhores correspondentes seguiram para a capital. Muitos se tornariam escritores importantes, como John Dos Passos, André Malraux e Antoine de Saint-Exupéry. Entre eles Hemingway, que se apaixonou profundamente pela Espanha e escreveu sobre Madrid em uma de suas obras mais famosas: Por Quem os Sinos Dobram.


TOP 5 | cinco coisas literatas para se fazer em Madrid:

#1

Fazer uma das rotas de Cervantes 
Visita ao Teatro Español – que abriu em 1583, e ao Teatro de la Comedia, na Igreja de São Sebastião (sede da associação oficial de atores) e na Imprenta de Juan de la Cuesta, que publicou a primeira edição de Dom Quixote em 1605, e hoje abriga a Sociedade Cervantes. O maneta de Lepanto, como era chamado, morou em vários apartamentos do bairro então conhecido como Las Musas. Uma de suas primeiras residências ficava logo acima do restaurante Casa Alberto. Quando morreu, foi enterrado no Mosteiro Descalzas Reales.

#2

Visitar a Biblioteca y Librería Escuelas Pías Calle Tribulete, 14
Antes uma igreja, a Ermita del Pilar foi construída por Gabriel Escribano entre 1763 e 1791, graças a doações dos reis. Durante a Guerra Civil, a escola e a igreja foram queimadas e saqueadas. Em parte do local foram construídos o Mercado San Fernando, a Escuela de Trabajo. Depois de mais de meio século de abandono, as ruínas foram reabilitadas como Biblioteca Universitária do Centro Associado a UNED de Madrid, entre 1996 e 1999.

#3

Desfrutar de um drink no bar Las Cuevas de Sésamo
Este bar-caverna é de 1950 e conhecido por sua sangria. Bom para assistir jogos, e ouvir piano, ou ainda recitais de poesia. Nas paredes, onde artistas riscaram o gesso, Hemingway tem um lugar com placa autografada. Este bar sobrevive de boca a boca e permanece praticamente o mesmo por mais de 70 anos, quando soldados republicanos se reuniam com antifascistas que discutiam histórias de batalha durante a Guerra Civil Espanhola. Se tornou um ponto de encontro de muitos jornalistas.

#4

Visitar a casa de Lope da Vega
A Casa-Museu Lope de Vega homenageia o escritor que passou os últimos anos da sua vida nesta mansão castelhana com as suas filhas. Lá cuidaria de sua jovem amante, Marta de Nevares, que sofria de graves surtos de loucura.

#5

Rodar e garimpar pelas librerías de Madrid (roteiro de cerca de 1h a pé):

  1. 📍 Cuesta de Moyano Calle Claudio Moyano – Não uma livraria, mas várias. Trata-se de uma ladeira no meio do caminho entre o Museu do Prado e do Reina Sofia, onde estão várias casinhas que vendem livros de segunda mão e edições raras. A rua é aberta somente aos pedestres e recebe o nome do político Claudio Moyano, autor da lei de Instrução Pública.
  2. 📍 La Casquería – Calle de Embajadores, 41 – Mercado de San Fernando, conta com essa livraria muito especial. Decorada como se fosse uma banca do mercado. Vende livros usados por peso. Projeto colaborativo que tem como objetivo oferecer cultura a um preço acessível.
  3. 📍 Traficantes de Sueños – Calle Duque de Alba, 13 – Mais que uma livraria, um espaço de aprendizado e intercâmbio. Livros sobre política, sociologia, feminismo, economia, psicologia e gênero são o forte, promove eventos e cursos com escritores e pensadores.
  4. 📍 Librería Mujeres Calle San Cristóbal 17 – Em pleno coração madrileño, muito mais que uma livraria, um centro de encontro que promove bate-papos e apoia as mulheres que trabalham com produção literária e cultura.
  5. 📍 Desperate Literature – Calle Campomanes, 13 – A melhor coleção de livros ingleses usados da cidade e se concentra em ficção, poesia, noir e ficção científica, mas também se orgulha de ter uma seleção de livros de qualidade de muitos outros gêneros. Uma joia.
  6. 📍 Librería Ocho y Medio – Calle de Martín de los Heros, 11 – Especializada em cinema, homenageia um dos clássicos de Fellini, em frente aos cines Princesa e à calçada da Fama de Madrid. Roteiros, biografias de cineastas, cartazes de filmes ou revistas especializadas.
  7. 📍 Libros para  un mundo mejor – Calle del Espíritu Santo, 12 – Em Malasaña, um espaço com decoração especial, especializado em livros pop-up, móbiles e abajures de papel. A fachada é uma gracinha, a proposta nobre e a visita agradável.
  8. 📍 Panta Rhei – Calle Hernán Cortés, 7 – Tem tudo quando o assunto é HQ, novela gráfica, manualidades, desenho etc. Com duas décadas de história, as fundadoras também passaram a oferecer oficinas, voltadas a jovens.
  9. 📍 Tipos Infames – Calle San Joaquín, 3 – Esta livraria de Malasaña conta com uma cafeteria/enoteca. Além disso, bem em frente está sua irmã mais nova: Menudos Infame, um espaço dedicado às HQs, novelas gráficas e também aos livros infantis e juvenis.
  10. 📍 Pasajes – Calle Génova, 3 – Para quem busca livros em outros idiomas. Literatura em inglês, francês, italiano, português e outros idiomas.
  11. 📍 Casa del Libro – Gran Vía, X – Central, grande e prática.

Parque de El Retiro

O parque mais importante de Madrid e um dos lugares preferidos tanto pelos madrilenhos quanto pelos turistas. Trata-se de um grande espaço verde de 118 hectares localizado em pleno centro. Construído na metade do século XVII para o desfrute do rei Felipe IV. Embora tenha sido parcialmente destruído na Guerra da Independência, recuperou todo o seu encanto e elegância e se converteu em um parque para o povo e para a realeza. No Retiro há diversos lugares para ver e coisas para fazer: espetáculos de marionetes, músicos e videntes são algumas das distrações habituais.

  • Lago: O lago artificial é uma das primeiras imagens. Nele pode-se alugar barquinhos com remos ou fazer um passeio no barco grande.
  • Monumento a Alfonso XII: Situado em uma das margens do lago anterior, foi inaugurado em 1922.
  • Palácio de Cristal: Construído em 1887, é a sede de muitas exposições temporárias. Inicialmente foi usado como estufa.
  • Passeio da Argentina: ou Passeio das Estátuas de diversos reis da Espanha. A princípio encomendados por Fernando VI.

Museu do Prado

O edifício que hoje abriga o Museu Nacional do Prado foi projetado por Juan de Villanueva em 1785. O objetivo era abrigar o Gabinete de História Natural, por ordem do Rei Carlos III. O primeiro catálogo do Museu, publicado em 1819, incluía 311 pinturas, embora naquela época sua coleção compreendia pouco mais de 1.510 fotos de vários Reales Sitios (residências reais). A coleção real excepcionalmente importante, que representa a base da compilação do Museu, como a conhecemos hoje, aumentou no século XVI durante a época de Carlos V e continuou a prosperar sob os sucessivos monarcas. A visita acontece em ordem cronológica, começando pelo salão de exposições das obras-primas.

  • ‘The Triumph of Death’ de Pieter Bruegel the Elder
  • ‘David with the Head of Goliath’, de Caravaggio
  • ‘Las Meninas’ de Diego Velazquez
  • ‘A Anunciação’ de El Greco
  • ‘A Tabela dos 7 Pecados Mortais’, ‘A Carroça de Feno’, ‘As Tentações de Santo Antão’, ‘A Pedra da Loucura’ e ‘O Jardim das Delícias’ de Hieronymus Bosch
  • ‘A Família de Carlos IV’, ‘Fuzilamentos de 2 de Maio’, ‘Os Pilões’ e ‘As Pinturas Negras’ de Goya

Museo Sorolla

O Museu Sorolla é um museu em Madrid, criado a pedido da viúva do pintor Joaquín Sorolla, Clotilde García del Castillo, que em 1925, deixou em testamento todos os seus bens ao Estado espanhol para fundação de um museu em memória do seu marido. Em 28 de março de 1931 foi aceite o legado da viúva do pintor. Os entusiastas da arte não devem perder o Museu Sorolla, que é uma das casas de artistas mais bem preservadas da Europa. Os fãs de arquitetura apreciam a mansão em estilo andaluz do século 20 que serviu como residência da família Sorolla desde 1911. Os jardins são o lugar perfeito para fazer uma pausa das movimentadas ruas madrileñas.


Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía


Gastronomia

  • tortilla de patatas
  • cocido
  • pan con tomate
  • vermut
  • tapas
  • gazpacho
  • rabo de toro
  • paella
  • pollo al ajillo
  • croquetas
    Postres

    • Crema Catalana
    • Turrón
    • Mantecados
    • Churros