tag . 🇧🇷 Poesia Brasileira

Não há matéria para se fazer a tristeza

Eucanaã Ferraz
Não há matéria para se fazer a tristeza nessa manhã, manhã perfeita se a mão que me deu maio fosse a tua. / In: Eucanaã Ferraz, Cinemateca, ed. Companhia das Letras / Eucanaã Ferraz 🇧🇷 (1961-) é um poeta nascido no Rio de Janeiro, publicou, entre outros, os livros...

Expedição: Nebulosa

Marília Garcia
“por que você não escreve com/ emoção?/ alguém pergunta/ e eu amarro a pergunta/ na ponta desse poema/ deixo tombar até o fundo/ do mar”, escreve Marília Garcia em “Canção da linha”. Em seu novo livro, a autora do premiado Câmera lenta se concentra na figura mitológica da ninfa...

Esfumaçar bordas

Adriana Lisboa
Esfumaçar bordas destituir centros incendiar matrizes um instante de indulto: estar só no mundo. / In: Adriana Lisboa, in Deriva / Adriana Lisboa (1970–) nascida no Rio de Janeiro, ficcionista, poeta, ensaísta e tradutora, publicou, entre outros livros, os romances Sinfonia em branco (Prêmio José Saramago), Um beijo de colombina, Rakushisha, Azul-corvo (um dos...

Prenhez

Ana Elisa Ribeiro
estava grávida naquela foto o filho não chegou a nascer a foto nos mantém à sua espera / In: Ana Elisa Ribeiro. Álbum. Editora Relicário. / Ana Elisa Ribeiro 🇧🇷 (1975 – ) é autora mineira de livros de crônica, conto, poesia e infantojuvenis, com obras em semifinais ou...

teu nome

Eleazar Venancio Carrias
:: Todas as coisas sólidas vibram ao som do teu nome És um deus arremessado contra as vigas do meu mundo // / Eleazar Venancio Carrias, em Regras de fuga. Ed....

No desequilíbrio dos mares

Cecília Meireles
Canção No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas… Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas. Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto Quando as ondas te carregaram meu olhos, entre águas...

Balada do Festival

Hilda Hilst
II Já não sei mais o amor e também não sei mais nada. Amei os homens do dia suaves e decentes esportistas. Amei os homens da noite poetas melancólicos, tomistas, críticos de arte e os nada. Agora quero um amigo. E nesta noite sem fim confiar-lhe o meu desejo...

Balada de Alzira

Hilda Hilst
IX POEMA DO FIM A morte surgiu intocável e pura. Depois, teu corpo se alongou inteiro sobre as águas. Dos teus dedos compridos estouraram flores e ficaram árvores ao sol. Escorreguei meus braços no teu peito sem queixa e cobri meu corpo com teu corpo de espuma. …………………… Ainda...