“por que você não escreve com/ emoção?/ alguém pergunta/ e eu amarro a pergunta/ na ponta desse poema/ deixo tombar até o fundo/ do mar”, escreve Marília Garcia em “Canção da linha”. Em seu novo livro, a autora do premiado Câmera lenta se concentra na figura mitológica da ninfa Eco para se dedicar à investigação de lugares, lembranças e vínculos que estabelecem entre si uma espécie de cartografia afetiva.

Para Diana Klinger, que assina a orelha do volume, “Eco se torna também um princípio de composição: ecoa a voz da mãe que se foi (…), ecoa as cidades do Rio e de São Paulo, nos mapas sobrepostos dos percursos afetivos traçados por Marília, a história natural e os acontecimentos cotidianos, e também o passado e o presente, nas camadas da memória, formando um palimpsesto espaço-temporal.”


Marília Garcia 🇧🇷 (1979 -) é uma poeta, artista, tradutora e editora brasileira. Publicou os livros 20 poemas para o seu walkman, Engano geográfico, Um teste de resistores, Paris não tem centro, Câmera lenta e Expedição Nebulosa (2023).