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Não ser devorado

Clarice Lispector

Não ser devorado é o objetivo secreto de toda uma vida.


Clarice Lispector 🇧🇷 (1920-1977) foi uma escritora e jornalista brasileira nascida na Ucrânia. Autora de romances, contos e ensaios, é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX. Estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, reputando-se como uma de suas principais características a epifania de personagens comuns em momentos do cotidiano. Quanto às suas identidades nacional e regional, declarava-se brasileira e pernambucana. Seu primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, recebeu o Prêmio Graça Aranha.

um ponto final na puta da filosofia

Raquel Serejo Martins

Estás na tua casa e não te sentes em casa,
já não sabes como viver na tua vida,
e lembras-te de uma frase de Heidegger.

Todos são o outro e ninguém é o próprio.

Perguntas-te se isto é amor ou imitação,
perguntas-te não quem és mas quem queres ser,
e não fazes mais perguntas nem procuras as respostas,
pões um ponto final na puta da filosofia,
sabes que tens de mudar de vida,
não precisa de ser amanhã, mas vai acontecer, no fundo já aconteceu.


In: Raquel Serejo Martins, VALSA A VAU, edição Poética Edições


Raquel Serejo Martins nasceu em 1974, em Trás-Os-Montes. Vive em Lisboa. Licenciou-se em Economia e fez pós-graduação em Direito Penal e Administrativo.

O filósofo no porta-luvas

Juliano Garcia Pessanha

Escrito com mão levíssima, alternando humor, melancolia e uma aguda meditação sobre os grandes temas que nos movem ao longo das fases da vida, este é um romance híbrido, em que a fabulação vem lado a lado com o ensaio, e a observação das paixões humanas está a par com um repertório vasto a respeito das maiores discussões da filosofia. E, de quebra, uma cachorrinha serve de inusitada plateia para discussões sobre Heidegger.

Através de uma série de encontros, Frederico, o protagonista deste irônico romance filosófico moderno, narra seu choque e seus ajustes com a realidade, do amor ao conhecimento, do álcool ao pensamento ocidental. E fundamentalmente do mundo e de sua própria personalidade. Escrito com mão levíssima, alternando humor, melancolia e uma aguda meditação sobre os grandes temas que nos movem ao longo das fases da vida, O filósofo no porta-luvas é um romance híbrido, em que a fabulação vem lado a lado com o ensaio, e a observação das paixões humanas está a par com um repertório vasto a respeito das maiores discussões da filosofia.


Juliano Garcia Pessanha 🇧🇷 (1962–) nasceu em São Paulo, estudou direito e filosofia, e é mestre em Psicologia. É professor e dirige oficinas de escrita. Também é autor da trilogia: Sabedoria do Nunca (1999, com textos que ganharam o Prêmio Nascente, promovido pela Abril/USP), Ignorância do Sempre (2000) e Certeza do Agora (2002), todos publicados pela Ateliê Editorial. Depois, escreveu Recusa do Não-Lugar e mais recentemente O filósofo no porta-luvas (2021). Nesses livros de difícil classificação, ele mistura ensaio, poesia e ficção.