tag . Johann Wolfang von Goethe

A imortalidade

Milan Kundera

“A armadilha do ódio é que ele nos prende muito intimamente ao adversário.”

“A solidão: doce ausência de olhares.”

“Em todo lugar existe um olho.”

“Quanto mais o homem se torna indiferente à política, aos interesses do outro, mais ele fica obcecado por seu próprio rosto.”

“Pode ser que seja necessário que a morte exista.”

“Quando alguém, com orgulho e ostentação, proclama sua filiação à nova geração, sabemos bem o que ele quer dizer: quer dizer que ainda estará vivo quando os outros (…) estarão mortos e enterrados.”

“Sonha-se com a imortalidade desde a infância.”

“Como a realidade, hoje, é um continente que pouco visitamos, e que justificadamente não amamos, a sondagem tornou-se uma espécie de realidade superior; ou em outras palavras, tornou-se a verdade.”

“nossa própria imagem é para nós o maior mistério.”

“Ah, em amor é preciso tão pouco para que fiquemos desesperados!”

“Enrolou-se na bandeira de Rimbaud como nos enolamos sob uma bandeira, como aderimos a um partido político, como se torce por um clube de futebol.”

“A glória acrescenta a tudo que nos acontece um eco cem vezes maior.”

“… o poder daquele que fica na pebumbra.”

“Quando o sofrimento é muito agudo, o mundo desaparece e cada um de nós fica só consigo mesmo. O sofrimento é a Grande Escola do egocentrismo.”

“… a alma hipertrofiada.”

“A preocupação com a própria imagem, essa é a incorrigível imaturidade do homem.”

“Mesmo depois da morte, foi difícil para mim resignar-me a não ser mais.”

“…saborear a volúpia do não ser total.”

“Feiura: caprichosa poesia do acaso. (…) Beleza: prosaísmo da média exata. Na beleza, mais ainda que na feiura, manifesta-se o caráter não individual, pão pessoal do rosto.”

“…o mundo onde não existem rostos.”

“Mas a maior parte das pessoas não conheceu o amor…”

“O que é insustentável na vida não é ser, mas sim ser seu eu. (…) Inês participava desse ser elementar que se manifesta na voz do tempo que corre e no azul do céu; agora sabia que não há nada mais belo.”

“Viver, não existe nisso nenhuma felicidade. Viver: carregar pelo mundo seu eu doloroso. Mas ser, ser é felicidade. Ser: transformar-se em fonte, bacia de pedra na qual o universo cai como uma chuva morna.”

pág. 301

VENTRIPOTENTE: que gosta muito de comer, que tem a barriga grande.


Milan Kundera 🇸🇰 (1929 -) é um escritor tcheco, naturalizado francês. Autor de importantes obras, como A Brincadeira (1967), O Livro do Riso e do Esquecimento (1979) e A Insustentável Leveza do Ser (1984), que o levaram a se tornar um dos mais consagrados escritores do século XX. Ao longo dos anos 50, Kundera trabalhou como tradutor, escreveu poemas, ensaios e peças de teatro. Seus primeiros trabalhos poéticos foram pró-comunistas. Milan Kundera recebeu diversos prêmios.

Sobre todos os cumes está o silêncio

Johann Wolfang von Goethe

Sobre todos os cumes está o silêncio
(tradução: Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca e Anna Lucia Moojen de Andrada)

Sobre todos os cumes
Está o silêncio,
Na copa de todas as árvores
Você sente
Apenas um suspiro
Os passarinhos se calam na floresta.
Tenha paciência, logo
Você descansará também.


Über allen Gipfeln ist Ruh’  (1780)

Über allen Gipfeln
Ist Ruh’,
In allen Wipfeln
Spürest Du
Kaum einen Hauch;
Die Vögelein schweigen im Walde.
Warte nur! Balde
Ruhest du auch.


O’er all the hilltops is quiet now
(tradução: Henry Wadsworth Longfellow)

O’er all the hilltops
Is quiet now,
In all the treetops
Hearest thou
Hardly a breath;
The birds are asleep in the trees:
Wait, soon like these
Thou too shalt rest.


Johann Wolfang von Goethe 🇩🇪(1749-1832) foi um poeta, romancista, dramaturgo, crítico e estadista nascido em Frankfurt. Tornou-se um dos maiores vultos do pensamento alemão, tendo influenciado várias gerações. Em 1775, a convite do Duque Carlos Augusto, foi administrador de Weimar, onde destacou-se brilhantemente como administrador, financista e estadista. Deixou vasta obra, onde se destacam, entre outras, Ifigênia, Elegias Romanas (poesia), Fausto, Teoria das Cores, Viagem à Itália, Poesia e Verdade.

Os Sofrimentos do Jovem Werther

Johann Wolfang von Goethe

A literatura alemã divide-se em antes e depois de Os Sofrimentos do Jovem Werther. Ao escrever Werther, em 1774, Johann Wolfgang Goethe alcançava sua primeira obra de sucesso e, de quebra, dava início à prosa moderna na Alemanha. Werther não é, simplesmente, um romance epistolar assim como Nova Heloísa de Rousseau ou Pamela de Richardson. Esta que é uma das mais célebres obras de Goethe é o romance de uma alma, uma história interior. Dilacerante, arrebatada é a história de uma paixão literalmente devastadora. Com enorme repercussão quando do seu lançamento, Werther foi um testemunho de como a literatura tinha poder de agir na sociedade. Não foram poucos os suicídios atribuídos ao romance.

 


Retrato de Johann Wolfgang Von Goethe In The Country por Johann Heinrich Wilhelm Tischbein

 


Johann Wolfang von Goethe 🇩🇪(1749-1832) foi um poeta, romancista, dramaturgo, crítico e estadista nascido em Frankfurt. Tornou-se um dos maiores vultos do pensamento alemão, tendo influenciado várias gerações. Em 1775, a convite do Duque Carlos Augusto, foi administrador de Weimar, onde destacou-se brilhantemente como administrador, financista e estadista. Deixou vasta obra, onde se destacam, entre outras, Ifigênia, Elegias Romanas (poesia), Fausto, Teoria das Cores, Viagem à Itália, Poesia e Verdade.