Não tem viva alma no terraço
Não tem viva alma no jardim
Não se ouve passos pela casa
Não há viva alma em mim
Não existe isso de carinho
Confiança ou consideração
O que restou de nós
Vai além de um peito vazio

Eu me apresento assim
Eu sou pura mágoa
E se resta essa pouca cinza fria
Essa soma, essa poesia
Essa vontade de cantar
Devo ao espelho cristalino
Devo ao sol
Devo aos meninos
Nunca a Deus, nunca ao vulgar
Só tenho obrigação com a liberdade

Saber do peso da idade
E jogar tudo pro ar
Só tenho obrigação com a liberdade
Saber do peso da idade
E nunca mais parar


Carlos Posada, músico brasileiro