🎞️ Cinema

Aula de Estilo com Marianne de Normal People

Em 2018 Sally Rooney lançou seu romance Normal People. Apenas dois anos depois foi lançada a sua adaptação em série para plataformas de streaming. IMDB E com muitas atrações: fotografia, romantismo delicado, honestidade e… belos figurinos. Mas o quê exatamente torna o “figurino normal” de Marianne Sheridan tão interessante? Qual seria o diferencial dessa jovem estudante universitária? Vale dizer que o manequim esguio da atriz Daisy Edgar-Jones ajuda. Depois, temos o talento de Lorna Mugan, a figurinista irlandesa por trás dos looks da série. Lorna já trabalhou em outros sucessos como Peaky Blinders. Neste post vamos ter uma aula de estilo em 12 breves lições ao apreciar os detalhes de algumas roupas que Marianne usou na série Normal People. Pegue seu bloco de notas e vista seu casaquito, pois nós vamos para a Irlanda, claro, mas também para a Itália e até vamos passar na Finlândia. Shall we?

Categorias

  1. Uniformizada, porém única
  2. Bolsa de Estudante
  3. Yellow Fever
  4. Blusão de Lã
  5. Camisas Setentonas
  6. Frescor Italiano
  7. Noturna
  8. Veludos de Caloura
  9. Summer Vibes
  10. Sobriamente Invernal
  11. Petit Poá
  12. Inspirados

1. Uniformizada, porém única

Começamos nossa aula com a lição obrigatória do clássico uniforme de colégio que quase todos os mortais já se viram obrigados a usar. Blusão azul petróleo com gola V e distintivo bordado no peito. Por baixo, gravata bicolor listrada, camisa cinza. Claro que nem todos tiveram a sorte de Marianne e Connel, com uniformes que parecem de alfaiataria. Detalhe na saia chumbo com fendas para as meninas. Vemos ainda que Marianne usa uma jaqueta verde militar bem descolada para concluir seus exames. Adoro também a trança bem estruturada e o visual clean, sem maquiagem, normalíssimo para as manhãs de aulas.

2. Bolsa de Estudante

Marianne é rica, não precisa de bolsa de estudos, mas… obviamente consegue uma, bastante volumosa. Quando ingressa na faculdade, seu estilo muda, fica mais incrementado, e é interessante acompanhar a evolução. Calças xadrez de cintura alta, saia lápis de couro, gola rolê… Mas o coringa é a bolsona a tiracolo. Marianne faz com que uma bolsa de selim pareça o acessório mais quente da estação. E ela gosta dos modelos transversais, pois na cena em que parte para seu very first date com Cornell, ela aposta num look que leva a bolsinha preta no mesmo clima.

3. Yellow Fever

Apesar do clima cinzento, por vezes até monocolor da escola e da Irlanda como um todo, Marianne parece o próprio sol em algumas cenas. Ela escolhe o tom em diferentes humores, o que acho inteligente. Afinal, o amarelo estourado pode ser triste, bravo e até melancólico. Este modelo de blusão amarelo gema é lindo e contrasta com o cenário e com os cabelos escuros de Marianne.

4. Blusão de Lã

Outro item marcante é o blusão de lã. Em pelo menos quatro cenas podemos ver que Marianne abusa do conforto de uma blusa extra G, fofa e quentinha, provavelmente tricotada à mão. O detalhe sexy do blusão esgarçado com decote denunciando a lingerie, logo no primeiro episódio, dá dicas do que vem pela frente: uma Marianne muito quentinha. E sobre até para ele, que aposta num modelo marrom muito sóbrio.

5. Camisas Setentonas

A vibe anos 70 das camisas de Marianne é contagiante. Retrabalhando seu blazer bordô favorito colocando-o sobre uma blusa listrada de babados.  São várias as oportunidades de reparar nos detalhes das camisas. Brancas, listradas, marfim, mostarda… De volta a Dublin, Marianne opta por uma vibração um pouco mais preppier com um lenço largo no pescoço sobre uma blusa marfim com brincos peculiares.

6. Frescor Italiano

Os looks da temporada italiana são tão fresquinhos que dá até vontade de espremer limão siciliano 🍋 Mangia?! São perfeitos para relaxar na piscina, passear pela cidade, pendurar roupas no varal… O vestido floral de malha é tão leve que parece uma camisolinha. inspirado nos anos 60. As listras verticais amarelinhas com branco na camisa sem mangas deixa o clima despretencioso, junto à sainha jeans, curtinha o suficiente para ventilar a alma. E o peitoral do vestido branco que Marianne usa durante um almoço de domingo? Super romântico, sem ser piegas.

7. Noturna

Nem só de estudo vive a bela Marianne. Nas primeira baladinha do colegial ela já aposta num modelo mais sóbrio, preto liso, com decote levemente obtuso. Aquele tipo de vestido que se mantém a vida toda. Mas vemos também uma cota de malha prata, ao estilo Paris Hilton, vestida como se não fosse grande coisa. Tudo é atitude. Pontos extras para a gargantilha de tule e para a maquiagem harmonizada. O estilo de Marianne se confirma no pretinho básico, mas pode evoluir para um vestido longo, de gala, com decote reto e alças finas, ou até um look mais punk rock, a depender do humor da noite. Atemporal.

8. Veludos de Caloura

Não consigo lidar com a pompa do velvet over velvet. O vestido de veludo azul safira sob o blazer de veludo surrado vinho é um dos looks mais glamorosos da série. Um colar boho completa o conjunto perfeitamente. Marianne está a caminho de uma festa e se vestiu para tal. Quando aparece, realmente arranca um suspiro dos amantes de moda. Mas em outros momentos anteriores, Marianne já havia dado sinais de que seu tecido da sorte era mesmo o sóbrio veludo. Vemos um casaco lilás, outros caramelo… Que coleção maravailhosa! A paleta terrosa é chave para diversas combinações.

9. Summer Vibes

Com seu senso de moda verdadeiramente atemporal, faz todo o sentido que Marianne seja o tipo de garota que usa maiô preto. Mas isso não sognifica que seja simples. Observe o detalhamento das tiras cruzadas no decote, um toque provocativo à peça. Falando em vestidos, este ébano foi o destaque do passeio de bicicleta de Marianne e Connell. Além disso, as delicadas alças finas são casualmente compensadas por um par de tênis brancos.

10. Sobriamente Invernal

Quando entramos no inverno, temos este aconchegante sobretudo preto com lapela luxuosa, claramente chic quando emparelhado com um coque puxado para trás. O casacão sintético, a imitiar pele, também figura em duas cenas marcantes. Uma mais clara, com boina bege e blusa creme, e em outra cena, provando que repetir looks pode dar certo, Marianne usa o casaco sobre uma blusa preta simples. Ela parece bem quentinha (e glamorosa) na neve finlandesa, não?

11. Petit Poá

São meus looks preferidos. Sempre românticos e delicados, com um toque de diversão. Adorei que Marianne usou brincos de argola para acompanhar o movimento redondo da estampa. Esta blusa de bolinhas de segunda a sexta-feira é complementada perfeitamente com um par de aros de tartaruga grandes, trazendo todo o visual à harmonia. São camisas e vestido de corte clássico, porém com babados. E as cores? azul marinho e bolinhas brancas combinadas com caramelo. A transparência da blusinha com laços é um charme. E o que esperar do vestido preto com bilhas azuis, brancas e vermelhas? Adorei o tom maarinheiro chic.

12. Inspirados

Por último, mas não menos importante, temos alguns looks que  poderiam ter sido criados por designers ousados. Seja porque aderiu uma peça improvável, como a malha arrastão sob o macacão jeans, ou porque usou coturno com um vestido esvoaçante. O macacão é à prova de falhas, e se torna memorável quando colocado sobre um top com rede, um sutiã colorido e um coque bagunçado.


Autoria

Julia Medrado, paulistana, atualmente vive em Portugal, é tradutora, publicista e mestre em Literatura e Crítica Literária. Graduada em Letras pela PUC-SP, é também especialista em Gestão de Projetos Digitais. Presta serviços junto a redatores, revisores e tradutores; em 2010 criou a Tradstar e, desde então, se divide entre projetos, alguns literários e absolutamente pessoais, como este site que leva seu nome.

   

Pieces of a Woman

Kornél Mundruczó

Poucas cenas são tão devastadoras quanto os minutos iniciais do novo filme de Kornél Mundruczó, Pieces of a Woman (2020). Situado em algum lugar de Boston, um casal, Martha (Vanessa Kirby) e Sean (Shia LaBeouf), se prepara para o tão esperado parto de sua primeira filha. O plano é ter a bebê em casa, com a ajuda de uma parteira. Mas de última hora, Barbara, a parteira está ocupada em outro parto e envia uma substituta, chamada Eva. Nem tudo saía como o planejado, mas tudo bem. No início, o clima tenso parece normal. Quando as contrações começam, Martha até brinca. A atmosfera é aconchegante e segura.

Molly Parker como a parteira Eva e Vanessa Kirby como Martha

Mas então, lentamente, a cena começa a se desfazer, e vai do drama doméstico ao pânico para terminar num horror inimaginável. O parto todo é mostrado numa filmagem única de 23 minutos! A cena toda é mesmo de uma técnica impressionante. Para completar, a atuação dos três atores é brutalmente precisa, honesta, visceral.

Em essência, Pieces of a Woman é um estudo da perda neonatal e das várias maneiras como lidamos com o luto. O filme examina com firmeza esses assuntos, que raramente são retratados na tela. Um relacionamento pode sobreviver a um nível tão intenso de perda? Existe uma maneira certa e uma maneira errada de sofrer? E como Martha pode processar uma dor tão primitiva que mal pode ser definida pela linguagem?

O filme é parcialmente baseado na experiência de vida real de Kornél Mundruczó e Kata Wéber. Os cineastas húngaros já colaboraram em outros filmes, ele como diretor e ela como roteirista. Pieces of a Woman, no entanto, é de longe o mais pessoal. “Perdi um filho durante a gravidez”, diz Wéber quando questionada sobre suas inspirações. Depois de lutar para lidar com a perda de uma forma clara ou consciente, ela se mudou para Berlim por conta própria, para tentar escrever sobre isso. “Tive que me afastar para me expressar de verdade, longe da minha filha e longe do Kornél”, explica. “Senti que meu corpo havia sido tirado de mim porque havia todas essas pessoas por perto expressando suas opiniões. Meu corpo não era meu. Tive de recuperá-lo escrevendo, o que foi como uma terapia para mim”.

O roteiro, originalmente escrito como peça, considerou as experiências extensivamente pesquisadas de mulheres que perderam filhos durante o trabalho de parto. Seu objetivo era explorar a complexidade da psique de uma mulher angustiada, ao mesmo tempo que reconhecia as diferentes maneiras como as pessoas processam o trauma. O resultado foi tão revelador que até o parceiro de Wéber, que a conhece há 21 anos, ficou chocado com sua honestidade. “A maternidade é um tabu, as emoções femininas são um tabu… perdemos nosso bebê durante a gravidez, mas ao mesmo tempo não falamos sobre isso. Mesmo dentro desse relacionamento, era um tabu. O filme era sobre quebrar o silêncio.

a cumplicidade do casal é belamente retratada no filme

A dupla decidiu transformar o roteiro em filme e concordou que deveria ser rodado em inglês para atingir um público maior. Shia LaBeouf parecia o ator perfeito para interpretar o turbulento operário Sean (decisão tomada muito antes do surgimento das acusações de abuso em 2020), enquanto Kirby se tornou a favorita para o papel de Martha por sua armadura delicada e refinada. E embora possa parecer um drama de duas partes na superfície, ela rapidamente emerge como o foco central do filme.

Vanessa Kirby como Martha

Kirby comenta: “Eu simplesmente amei o roteiro... Esse tipo de luto é algo pelo qual muitas mulheres passam e ninguém fala. E as mulheres que passaram por isso acham difícil até mesmo mencionar, porque a sociedade torna tudo muito desconfortável. Quando seu coração quer estar a serviço de alguém… torna-se muito mais fácil como ator. Esse era o nosso grande propósito, e ainda é. ” Embora não seja ela própria mãe, Kirby mergulhou no papel. Ela teve aulas pré-natal, aprendeu sobre partos domiciliares e acompanhou uma parteira em uma enfermaria, observando um parto completo do início ao fim.  “Ver alguém dar à luz foi provavelmente um dos momentos mais profundos da minha vida”, diz ela, com os olhos arregalados. “Eu me lembro de cada segundo disso. O momento em que o filho da mãe saiu e eles ficaram juntos foi simplesmente fenomenal. Isso me fez perceber, deus, isso é o que a vida é. Esse momento é o que todos temos em comum, é o que une a todos. O que une todo o cosmos, sem ser dramático, é aquele momento de criação. E então as outras coisas menores começam a cair.

É um filme sobre perda, mas também, mais crucialmente, sobre cura e nossa formidável capacidade de nos recompor e perdoar mesmo nas circunstâncias mais sombrias. Para Wéber, o processo de filmagem deu a ela alguma catarse em sua própria história, ao mesmo tempo que ofereceu a solidariedade necessária para aqueles que passaram por situações muito piores. “Foi realmente quase espiritual por causa da intensidade da coisa toda”, diz ela.

17 Animações Infantis que Abordam o tema da Morte

Imagem do filme “o rei Leão”, cena que simba chora a morte de seu pai

Cena em que Simba perde o pai

A dor da perda gera uma constelação de sentimentos, e o luto é a expressão dessa dor. Não é fácil falar sobre a morte, e muitas pessoas vivem o sentimento de perda desde a infância. Enquanto o tema da perda e do processo de luto é recorrente nas artes, fora da ficção as pessoas preferem fugir desta questão. No geral, nós, como sociedade, seja em  família ou como indivíduos, tendemos a querer “proteger” as crianças do processo da morte. Há quem  desencoraje gatilhos melancólicos. Mas há bons motivos para acreditar que as crianças podem lidar com o tema da morte e seguir otimistas, com bem-estar emocional. E a arte tem o poder de tornar mais leves temas difíceis, facilitar a conversa com os pequenos sobre coisas que às vezes são tabu até entre adultos. Muitas vezes, os personagens dos contos de fadas são órfãos ou precisam crescer com as adversidades que a morte ocasiona. E é especialmente eficaz se a criança se reconhece na história. Abaixo, algumas animações infantis lindas que abordam questões sobre morte, perda, elaboração do luto, vida após a morte, melancolia, saudade…


Lista de 17 animações infantis que falam da morte:

  1. 🇺🇸  Soul (2020)
  2. 🇺🇸 Coco (2017)
  3. 🇺🇸 Inside Out (2015)
  4. 🇺🇸 The Lion King (2019)
  5. 🇺🇸 The Lion King (1994)
  6. 🇺🇸 Frozen (2013)
  7. 🇺🇸 🇬🇧 Frankenweenie (2012)
  8. 🇺🇸 Up (2009)
  9. 🇯🇵 Tsumiki no ie (2008)
  10. 🇺🇸 Monster House (2006)
  11. 🇺🇸 Finding Nemo (2003)
  12. 🇯🇵 Hotaru no haka (1988)
  13. 🇺🇸 The Land Before Time (1988)
  14. 🇺🇸 Bambi (1942)
  15. 🇺🇸 Big Hero 6 (2014)
  16. 🇺🇸 The Good Dinosaur (2015)
  17. 🇺🇸 🇬🇧 Corpse Bride (2005)

🇺🇸  Soul (2020)
Direção: Pete Docter
Título em portugês:

O professor de música Joe Gardner sofre um acidente e morre logo após conseguir o emprego dos seus sonhos. Ele acorda em um lugar onde as almas adquirem personalidades antes de retornarem à Terra. Ali Joe conhece a jovem 22, uma alma adolescente que evita a vida terrena há séculos. O filme explora questões filosóficas interessantíssimas para adultos e crianças, como: o valor e o propósito da vida, de onde viemos e por que nos comportamos de certas formas.

Tags: vida após a morte; reincarnação


🇺🇸 Coco (2017)
Direção: Lee Unkrich e Adrian Molina
Título em portugês: Viva – A vida é uma festa

O pano de fundo é a tradição mexicana do Dia de Los Muertos e a perspectiva de como diferentes culturas lidam com a morte. Trata com leveza de questões humanas e familiares universais. A animação conta a história de Miguel, que sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz. Então, Miguel vai à Terra dos Mortos. Ao longo do caminho, ele conhece o trapaceiro Hector e juntos partem em uma jornada para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.

Tags: Dia de Los Muertos; espiritualidade; vida após a morte


🇺🇸 Inside Out (2015)
Direção: Pete Docter, Ronnie Del Carmn
Título em portugês: Divertidamente

Apesar de não ser propriamente sobre morte e luto, este é um verdadeiro tratado lúdico sobre a mente humana, e trata com leveza de um assunto fundamental. Segue as aventuras e desventuras dos sentimentos que vivem dentro de Riley, acompanhando o impacto que os acontecimentos da sua vida têm sobre saúde mental. O filme retrata as pesquisas do mentor de Dacher Keltner, professor de Psicologia da Universidade da Califórnia, o pesquisador Paul Ekman, pioneiro dos estudos das relações entre as emoções e as expressões fisionômicas.

Tags: elaboração do luto


🇺🇸 The Lion King (2019)
Direção: Jon Favreau
Título em portugês: O Rei Leão

Remake feito 15 anos depois do clássico.

 

Tags: perda do pai


🇺🇸 The Lion King (1994)
Direção: Roger Allers e Rob Minkoff
Título em portugês: O Rei Leão

Quem não se lembra do clássico infantil da Disney e sua jornada de elaboração do luto do pequeno Simba, após perder o pai, Mufasa? Há uma cena em que o macaco Rafiki, ao ver o filhote de leão sofrendo com a perda do pai, diz “Ele está dentro de você”, uma fala que atravessou gerações como um aprendizado sobre os vínculos afetivos que permanecem mesmo depois da partida de alguém. Em cartaz em live action nos cinemas, a nova versão de O Rei Leão convida a revisitar também o original, e relembrar a força simbólica de uma história que ultrapassa a passagem do tempo.

Tags: perda do pai


🇺🇸 Frozen (2013)
Direção: Chris Buck, Jennifer Lee

Uma das animações mais queridas das crianças atualmente, Frozen também mostra como a vida continua depois da perda de um ente querido. As irmãs Elsa e Anna perdem os pais na infância em um acidente. A trama então se desenrola a partir do luto delas e de como elas assumirão as responsabilidades dos pais no futuro, ao comandar o reino. Embora a música mais famosa do filme seja “Livre estou” (o “Let it go”),  “Você quer brincar na neve?” (“Do you wanna build a snowman?”) é a canção que retrata o luto das irmãs na infância e como elas podem se ajudar para superar a perda dos pais.

Tags: perda dos pais;


🇺🇸 🇬🇧 Frankenweenie (2012)
Direção: Tim Burton
Título em portugês:

Da Disney e do gênio criativo de Tim Burton, o divertido “Frankenweenie” é uma história emocionante sobre um menino e seu cachorro. Depois de perder subitamente seu amado cão Sparky, o jovem Victor aproveita o poder da ciência para trazer seu melhor amigo de volta à vida, apenas com alguns pequenos ajustes.

Tags: perda do pet; vida após a morte


🇺🇸 Up (2009)
Direção: Pete Docter e Bob Peterson
Título em portugês:

Um senhor, com seus 78 anos, passou a vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Após perder sua companheira, ele vive isolada em uma casa sob risco de demolição. Até que um plano mirabolante invade sua cabeça: fazer sua casa inteira levantar voo através de balões e transportá-la para o Paraíso Perdido das Cachoeiras, um lugar perdido em meio às montanhas da América do Sul. O filme todo é uma espécie de jornada de elaboração de luto do personagem principal, e apresenta uma amizade intergeracional entre um menino e um idoso.

Tags: viuvez, amizade intergeracional


🇯🇵 Tsumiki no ie (2008)
Direção: Kunio Kato
Título em portugês: “A casa dos pequenos cubos”

Vencedor de mais de 15 prêmios internacionais, incluindo um Oscar de melhor animação em 2009, este curta japonês sem diálogos conta a história de um senhor com idade já avançada que mora em uma cidade ao nível do mar. Com o passar do tempo, o nível da água vai subindo, e, desta maneira, o idoso tem que erguer ainda mais sua casa, que é levantada tijolo por tijolo. O curta, com pouco mais de 12 minutos, metaforiza a elaboração da perda, e de como nos isolamos em muros altos a cada vez que não conseguimos lidar com um sentimento.

Tags: elaboração do luto


🇺🇸 Monster House (2006)
Direção: Gil Kenan
Título em portugês: A casa monstro

Mesmo para um garoto de 12 anos, D.J. Walters tem uma imaginação hiperativa. Ele está convencido de que seu desvairado e sinistro vizinho Horácio Epaminondas, que aterroriza todas as crianças da vizinhança, é responsável pelo desaparecimento da Sra. Epaminondas. Qualquer brinquedo que cai na casa de Epaminondas desaparece na hora, engolido pela casa cavernosa que Horácio vive. Mas, na verdade, a “casa engolidora” é uma metáfora para o luto que o senhor Horácio vive após perder a esposa.

Tags: viuvez; elaboração do luto


🇺🇸 Finding Nemo (2003)
Direção: Andrew Stanton
Título em portugês: Procurando Nemo

Mais do que a morte propriamente dita, Procurando Nemo fala  sobre o medo que temos de perder as pessoas que amamos. Marlin é um peixe que superprotege o seu filho Nemo por conta da tragédia que custou a vida do resto da sua família, e que ao longo da história precisa deixar que o filho cresça e tome suas próprias decisões.O filme traz assim ensinamentos sobre como nossos traumas e medos não podem definir a forma como educamos os filhos.

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🇯🇵 Hotaru no haka (1988)
Direção: Isao Takahata
Títulos traduzidos: O Túmulo dos Vaga-lumes / Pirilampos; Grave of the Fireflies

Os irmãos Setsuko e Seita vivem no Japão em meio a Segunda Guerra Mundial. Após a morte da mãe em um bombardeio americano e a convocação do pai para a Guerra, eles vão morar com alguns parentes. Insatisfeitos, saem da cidade e acabam num abrigo isolado na floresta, onde lutam contra a fome e as doenças e se divertem com as luzes dos vaga-lumes. Uma animação sensível sobre os aprendizados do amadurecimento diante das situações desafiadoras.

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The Land Before Time (1988)
Direção: Don Bluth
Títulos traduzidos: O vale encantado dos dinossauros; Em Busca do Vale Encantado

Na distante época dos vulcões e perigosos terremotos, um jovem braquiossauro chamado Littlefoot é repentinamente deixado sozinho, após a morte da sua mãe. Saindo à procura do lendário Vale Encantado, ele encontra quatro outros jovens dinossauros que concordam em acompanhá-lo em sua jornada. Numa ousada aventura para cruzar uma paisagem cheia de perigos, o bravo grupo encontra predadores famintos e desafios assustadores, enquanto aprende novas lições de vida e a importância do trabalho em equipe.

Tags: perda da mãe; elaboração do luto


🇺🇸 Bambi (1942)
Direção: James Algar, Samuel Armstrong

Bambi também fica órfão quando ainda é filhote. No início da história, a mãe do servo é morta, protagonizando uma das cenas mais tristes do cinema até hoje. Mas apesar da tristeza, o longa mostra que é possível encontrar força e acolhimento nos outros, especialmente nos amigos. O poder da amizade e da família é retratado de maneira muito especial.

Tags: perda da mãe;


🇺🇸 Big Hero 6 (2014)
Direção: Don Hall, Chris Williams
Título em portugês: Operação Big Hero

O irmão mais velho do protagonista Hiro Hamada, Tadashi, inventor e inspiração para o pequeno, morre em um acidente no início do filme. Uma das invenções dele foi Baymax, uma espécie de robô que passa a acompanhar Hiro e seus amigos depois da morte de Tadashi. Baymax vira um conforto para Hiro pela lembrança do irmão, até que ele aprende que a memória de Tadashi permanece não em algo, mas nas ideias que ele cultivou ao longo da vida.

Tags: perda do irmão


🇺🇸 The Good Dinosaur (2015)
Direção: Peter Sohn
Título em português: O Bom Dinossauro

O cometa que extinguiu os dinossauros nunca atingiu a Terra, o que nos proporciona um cenário onde esses animais vivem com ótima capacidade de raciocínio e lidam com humanos roubando suas plantações. Arlo, o personagem principal, se mostra desastrado desde a cena em que sai do ovo e é dono de uma personalidade covarde, o que causa grande preocupação em seus pais e faz com que o grande Apatossauro diga ao filho para capturar a criatura que anda comendo sua produção. O filme tem muitas partes fofas e ilustra bem a construção de uma amizade espontânea entre duas crianças de espécies diferentes que estão tentando sobreviver com suas perdas.


🇺🇸 🇬🇧 Corpse Bride (2005) IMDB
Direção: Tim Burton e Mike Johnson
Título em português: A Noiva-Cadáver

Cenário sombrio e personagens cadavéricos, este pode ser encarado como um pote de esperança na felicidade da vida pós-morte com esqueletos no bar ou como um filme em desenho com um final de vingança por um assassinato levemente assustador.  Um casamento arranjado entre dois jovens, Victor e Victoria, que vivem na Inglaterra vitoriana. Victor é inseguro e resolve ensaiar seus votos em uma floresta à noite e, ao colocar o anel destino a noiva em um galho, acaba se comprometendo com Emily, uma cadáver que esperava há anos o matrimônio. Enquanto seu futuro noivo embarca em uma aventura no mundo dos mortos, Victoria se vê cortejada por um novo pretendente disposto a pagar um dote gigantesco. Após visitar e se divertir no mundo dos mortos, o principal opta por agarrar sua insegurança e desistir de sua amada viva, aceitando se casar com a noiva cadáver. Qual mundo é o real mundo dos mortos, em uma Londres escura e vazia de emoções como cenário principal em contraste com a euforia de almas sem preocupações.


Conhece mais alguma animação infantil que trate do tema?
Me envie sua sugestão.

Quem fez esta lista?

Julia Medrado (1985–), paulistana, mãe da Patrícia e do Tarcísio, vive em Portugal, é tradutora, publicista e mestre em Literatura e Crítica Literária. Graduada em Letras pela PUC-SP, é também especialista em Gestão de Projetos Digitais pelo SENAC. Presta serviços junto a redatores, revisores e tradutores; em 2010 criou a Tradstar e, desde então, se divide entre projetos, alguns literários e absolutamente pessoais, como este site que leva seu nome.