O africano é o texto mais íntimo que Jean-Marie Gustave Le Clézio, ganhador do Prêmio Nobel de 2008, já escreveu. Em 1948, com o fim da guerra, ele embarcou com a mãe e o irmão para uma viagem que o levaria da pequena Nice, no sul da França, à Nigéria. Lá veria seu pai pela primeira vez, médico de campanha que a guerra e a ocupação haviam impedido de voltar à França. A narrativa une as emoções de pai e filho num curto e profundo relato sobre a herança que invariavelmente nos é transmitida, como afirma o próprio autor na primeira frase do livro: “Todo ser humano é um resultado de pai e mãe”.