Em Religião para ateus, o filósofo – e ateu obstinado – Alain de Botton discute o principal erro do ateísmo moderno: negligenciar os aspectos relevantes das religiões após o descarte dos princípios centrais das fés. Embora, em um primeiro momento, a discussão a respeito da existência ou não de Deus possa ser considerada como um divertido exercício, ao observar os ritos e conceitos morais que regem as religiões, o autor propõe um passo adiante. Dissecadas, crenças, como cristianismo, judaísmo e budismo, podem ser compreendidas como arcabouços éticos estruturados por nós para atender à demanda humana de viver em comunidade, controlando sua tendência à violência, estimulando hábitos essenciais, como a compaixão e o perdão, e reconfortando mente e corpo diante do sofrimento.

Com uma linguagem acessível e provocativa, Alain de Botton discute como as religiões são sábias por não esperar que lidemos sozinhos com nossas emoções e sugere como a sociedade contemporânea pode fazer uso dessas ferramentas para mitigar alguns dos males mais persistentes e negligenciados da vida secular. Ao descartar os dogmas e o sobrenatural, o autor propõe o resgate de uma sabedoria que pertence a toda humanidade, inclusive aos mais céticos. Tradução: Vitor Paolozzi


Alain de Botton 🇨🇭🇬🇧 (1966-) nasceu em Zurique, na Suíça, em 1969. É autor de Religião para ateus (2011), Como Proust pode mudar sua vida (1997) e outros livros de ensaio que abordam temas ligados à filosofia da vida cotidiana, como o amor, a arquitetura e a literatura. Ateu convicto, ele entende que as pessoas se tornam adeptos de uma religião, pois ela consegue manter a saúde emocional e dar sustentação psicológica para se aceitar e conviver com difíceis questões humanas, como morte, as desilusões e decepções no amor, na relação com a família, etc.