Dança da Tristeza

Você vive nos espaços entre nossas palavras
E nos cantos onde a luz,
Surpresa,
Cai silenciosamente contra o chão.

Em um verde ou azul ou marrom claro,
O laranja mais brilhante
E o vestido mais preto.

Na escuridão e em raios brilhantes,
Tufos de grama podem prender a respiração,
Uma gota de chuva seu sorriso,
O barulho do trânsito,
Um suspiro mudo, o olhar de um estranho,
Seu rosto.

Sua música, uma vida não vivida
Condenada a permanecer silente.
Uma dor violenta, um peso constante,
Quão fundo é o profundo se nunca lá se foi?

Sua ausência, vasta,
Sua presença é sentida em tudo o que existe.
Uma falta que está aqui hoje,
No próximo ano, e depois e se estende,
Dor eterna
A dança da tristeza diária de uma vida inteira.

Tradução para o português de Julia Medrado


Sorrow Dance

You live in spaces between our words
And in the corners where the light,
Surprised,
Falls quietly against the floor.

In a green or blue or muted brown,
The brightest orange
And blackest gown.

In darkness and bright rays,
Wisps of grass can hold your breath,
A drop of rain your smile,
The noise of traffic,
A muted sigh, a stranger’s look,
Your face.

Your song, a life, not lived
Condemned to stay unsung.
A raging ache, a constant weight,
How deep is deep if never done?

Your absence, vast,
Its presence felt in all there is.
A missing which is here today,
Next year, and then extends,
Eternal grief
A lifetime’s daily sorrow dance.


Katja Faber 🇨🇭  é mãe de Alex Morgan, assassinado em 2014, aos 23 anos. Ela escreve para a Still Standing Magazine. Conheça sua história em seu site pessoal (conteúdo em inglês).