tag . 🇦🇷 Literatura Argentina

o sentido da sua ausência

Alejandra Pizarnik

se me atrevo
a olhar e dizer
é pela sua sombra
unida tão suave
ao meu nome
lá longe
na chuva
na minha memória
pelo seu rosto
que ardendo no meu poema
exala agradavelmente
um perfume
a amado rosto desaparecido


Alejandra Pizarnik, in Los Trabajos Y Las Noches (1965) Ed. Relicário. Trad. Fernando Pinto do Amaral.


Alejandra Pizarnik 🇦🇷 (1936—1972) escritora argentina nascida em Avellaneda, Buenos Aires. Estudou filosofia, jornalismo e literatura. Em 1955, publicou La tierra más ajena, a que se seguiram La última inocencia (1956) e Las aventuras perdidas (1958). Entre 1960 e 1964 viveu em Paris, onde colaborou em revistas, traduziu e contactou Julio Cortázar e Octavio Paz. Este prefaciou-lhe o livro Árbol de Diana (1962). Pizarnik publicou ainda: Los trabajos y las noches (1965), Extracción de la piedra de locura (1968) e El infierno musical (1971). Em 1972, aos 36 anos, internada num hospital psiquiátrico, suicidou-se. Deixou inéditos muitos poemas e prosas, em castelhano e em francês.

peço o silêncio

Alejandra Pizarnik

… canta, lastimada minha.
Cervantes

 

ainda que seja tarde, é noite,
e tu não podes.

Canta como se não fosse nada.

Não é nada.


Alejandra Pizarnik, poema do seu livro, “Os trabalhos e as noites”.


imagem: Paw Grabowski


Alejandra Pizarnik 🇦🇷 (1936—1972) escritora nascida em Avellaneda, Buenos Aires. Estudou filosofia, jornalismo e literatura. Em 1955, publicou o seu primeiro livro, La tierra más ajena, a que se seguiram La última inocencia (1956) e Las aventuras perdidas (1958). Entre 1960 e 1964 viveu em Paris, onde colaborou em revistas, traduziu e contactou Julio Cortázar e Octavio Paz. Este prefaciou-lhe o livro Árbol de Diana (1962). Pizarnik publicou ainda: Los trabajos y las noches (1965), Extracción de la piedra de locura (1968) e El infierno musical (1971). Em 1972, aos 36 anos, internada num hospital psiquiátrico, suicidou-se. Deixou inéditos muitos poemas e prosas, em castelhano e em francês.

todos os desertos

Alejandra Pizarnik

E eu caminharia por todos os desertos deste mundo e mesmo morta seguiria te procurando, a ti, que foste o lugar do amor.


Fragmento do poema “O sonho da morte ou o lugar dos corpos poéticos” de Alejandra Pizarnik, in Extração da pedra da loucura. Ed. Relicário.


imagem:
Eduard Bohlen foi um navio de carga alemão que naufragou na Costa do Esqueleto, Namíbia, em 1909. A carcaça atualmente está na areia, a cerca de 400 metros da costa.


Alejandra Pizarnik 🇦🇷 (1936—1972) escritora argentina nascida em Avellaneda, Buenos Aires. Estudou filosofia, jornalismo e literatura. Em 1955, publicou o seu primeiro livro, La tierra más ajena, a que se seguiram La última inocencia (1956) e Las aventuras perdidas (1958). Entre 1960 e 1964 viveu em Paris, onde colaborou em revistas, traduziu e contactou Julio Cortázar e Octavio Paz. Este prefaciou-lhe o livro Árbol de Diana (1962). Pizarnik publicou ainda: Los trabajos y las noches (1965), Extracción de la piedra de locura (1968) e El infierno musical (1971). Em 1972, aos 36 anos, internada num hospital psiquiátrico, suicidou-se. Deixou inéditos muitos poemas e prosas, em castelhano e em francês.