tag . tristeza

Quem tiver amores tristes

Antero de Quental

Quem tiver amores tristes
Venha ouvir gemer o mar;
Porque a amargura das ondas
Há-de-lhe a dor adoçar.


In:


Antero de Quental 🇵🇹 (1842-1891) foi um escritor português nascido em

amar a tristeza

Emil M. Cioran

O pecado não é estar triste, mas amar a tristeza. Cultivei-a de todas as formas, por necessidade e não por coquetismo. Amo as cantilenas espanholas, húngaras e argentinas, amo a tristeza em todas as suas formas, em todas as latitudes e níveis, do mais baixo ao mais alto.

CIORAN, Cahiers: 1957-1972

Image: Kristin Vestgård


Emil M. Cioran 🇷🇴 (1911 — 1995) foi um escritor e filósofo romeno radicado na França. Em 1949, ao publicar “précis de decomposition”, passa a assinar E.M. Cioran, influenciado por E.M. Forster — esse “M” não tem nenhuma relação com outros nomes do filósofo (como Michel, Mihai, etc.) Um dos melhores conhecedores da obra de Cioran é o filósofo espanhol Fernando Savater, um de seus mais importante livros adentrando no pensamento de Cioran é Ensayo Sobre Cioran, de 1974. Ambos eram próximos e o livro termina numa entrevista com o filósofo romeno, mostrando um pouco de seu lado pessoal. Principais interesses: antinatalismo, misantropia, suicídio. Trabalhos notáveis: Breviário de Decomposição, Silogismos da Amargura, Exercícios de Admiração.

a grande a tristeza do mundo

Al Berto

nos meus olhos descobrirás como é
a grande a tristeza do mundo.
lá fora é outra vez verão.

In: Al Berto,


al-bertoAl Berto 🇵🇹 (1948—1997) pseudônimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu em Coimbra, foi um poeta, pintor, editor e animador cultural português. Existe uma escola secundária com o seu nome em Sines. À Procura do Vento num Jardim d’Agosto (1974), Uma Existência de Papel (1985), O Medo (1986), O Anjo Mudo (1993), Horto de incêndio (1997). Em mais de vinte anos de atividade literária, a expressão poética distingue-se pela agressividade (lexical, metafórica, da construção do discurso) com que responde à disforia que cerca todos os passos do homem num universo que lhe é hostil. É no próprio sofrimento, na sua violenta exaltação, na capacidade de o tornar insuportavelmente presente (nas imagens de uma cidade putrefacta, na obsidiante recorrência da morte e do mal, sob todas as suas formas) que a palavra encontra o seu poder exorcizante, combatendo o mal com o mal.