“O meu pai quis matar a minha mãe num domingo de junho, ao começo da tarde.”

É com esta frase que Annie Ernaux inicia a história de uma menina de doze anos, agora mulher, escritora e bem-sucedida, defronte dos ecos de uma recordação que marcaria para ela o fim da infância. Esta é uma reflexão possante sobre o poder da memória e a forma como um só evento é capaz de alterar a consciência que se tem de si e do seu meio social.


Annie Ernaux 🇫🇷 (1940–) nasceu em Lillebonne, na Normandia, e estudou nas universidades de Rouen e de Bordéus, Letras. Uma das vozes atuais mais importantes da literatura francesa, destaca-se por uma escrita onde se fundem autobiografia e sociologia, memória e história. Prémio de Língua Francesa (2008), o Marguerite Yourcenar (2017), o Formentor de las Letras (2019) e o Prince Pierre do Mónaco (2021) , destacam-se os seus livros Um Lugar ao Sol (1984) e Os Anos (2008), vencedor do Prémio Marguerite Duras e finalista do Prémio Man Booker Internacional. Em 2022 venceu o Prêmio Nobel de Literatura.