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A Divina Comédia em HQ

Dante Aliguieri & Piero Bagnariol

Esse grande clássico renova-se nas aquarelas de Piero Bagnariol, que se esmerou na tradução em imagens da obra reconhecida como a mais rica fonte da cosmovisão medieval, retratada por mestres como Botticelli, Doré e Dalí. Enquanto se dedicou à pesquisa iconográfica, Piero contou com a parceria de seu pai, Giuseppe Bagnariol, para elaborar roteiros de passagem entre trechos do texto original. Trechos que, por sua vez, foram escolhidos pela dupla com o suporte da especialista na obra dantesca Maria Teresa Arrigoni, que também orientou a escolha das traduções – Jorge Wanderley para o Inferno e Haroldo de Campos para o Paraíso. A tradução do Purgatório é de Henriqueta Lisboa, autora cuja obra está nas mãos da Editora Peirópolis. Um grande encontro de talentos e esforços para oferecer aos leitores a melhor tradução d’A Divina Comédia, em todos os sentidos.

O corvo: em quadrinhos

Edgar Allan Poe & Luciano Irrthum

O célebre poema O Corvo (The Raven), do escritor norte-americano Edgar Allan Poe – um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica em âmbito mundial –, ganhou nova versão em HQ no ano de 2009, em que se completavam 200 anos de nascimento de seu autor. Publicado pela primeira vez em 1945, já na maturidade de Poe e próximo de sua morte precoce, aos 40 anos de idade, o poema, admirado pela linguagem musical e pelo conteúdo metafísico, recebeu traduções de grandes expoentes da literatura, como Baudelaire, Mallarmè, Pessoa e Machado de Assis. Nesta versão da coleção Clássicos em quadrinhos, O Corvo renasce das mãos do quadrinista Luciano Irrthum, que expressa sua reverência pela obra imprimindo-lhe o lirismo, a força e a visceralidade de seu traço.


Edgar Allan Poe 🇺🇸 (1809-1849) nascido em Boston, foi um autor, poeta, editor e crítico literário estadunidense, integrante do movimento romântico em seu país. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores norte-americanos de contos e é, geralmente, considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma carreira financeiramente difícil.

Fernando Pessoa e outros pessoas

Davi Fazzolari e Eloar Guazelli

Por volta de 1925, Fernando Pessoa escreveu, em inglês, um guia para estrangeiros deslocarem-se de modo prático pela cidade de Lisboa. A publicação, contudo, chamou a atenção mais pela aparente falta de linguagem literária do que pela apresentação da cidade em si. Desta forma, foi a ele reservado apenas as prateleiras de viagens das livrarias, apesar de seu sedutor diferencial: a assinatura de Fernando Pessoa.

Nesse guia, o escritor, que entendia Lisboa como seu lar, apresenta caminhos para a leitura de sua obra. Um guia para viajantes, sim, porém uma espécie de ritual de iniciação para a futura leitura poética. Indicações de itinerários que bem podem ser anúncios dos percursos da heteronímia e também de seus próprios passos por Lisboa, estabelecida assim como uma cidade literária.

“Fernando Pessoa e outros pessoas” talvez tenha, guardadas as devidas dimensões, essa mesma pretensão: a de conduzir o jovem leitor de Pessoa à obra intrincada e complexa desse escritor maior da língua portuguesa. Obra repleta de ruas e avenidas que se estabelecem a cada nova leitura, a cada novo encontro do olhar. Se Lisboa pode ser um tabuleiro para Pessoa e para seus leitores, a partir dos versos e da prosa de seus heterônimos principais (os outros pessoas – Álvaro de Campos, Ricardo Reis, Alberto Caeiro, Bernardo Soares), a linguagem das HQs pode gerar ainda outros espaços. Novas viagens para novos viajantes ou para velhos marinheiros saudosos dos atracadouros do Tejo, sedentos por revisitar Lisboa.