nenhuma paixão
por uma língua
é tão forte
quanto
àquela
que te faz
parir
em outra
terra
In: Gabriela Gomes, Língua-mãe, Porto, ed. Fresca
Gabriela Gomes
In: Gabriela Gomes, Língua-mãe, Porto, ed. Fresca
Gabriela Gomes
Inquieto, angustiado – cabeça de tempestade, Kilian Glasner repete A Grande Onda de Kanagawa(1), homenagem em pastel e pigmento puro. “O desenho das ondas é uma espécie de versão divinizada do mar, feita por um artista que viveu o terror religioso do oceano avassalador que cercava completamente seu país, impressiona pela fúria repentina de seu salto ao céu, pelo azul profundo do lado interior de sua curvatura, pelo respingo de sua crista que espalha um orvalho de pequenas gotas”.
(1) Hokusai, Katsushika. “A Grande Onda de Kanagawa.” Século XIX, Ukiyo-e, Museu Metropolitano de Arte, Nova York.
A análise sobre a obra de Hokusai é de Edmont de Goncourt, de meados dos anos 1850. O desenho das ondas é uma espécie de versão divinizada do mar, feita por um artista que viveu o terror religioso do oceano avassalador que cercava completamente seu país… e se as palavras voltassem emprestadas a novos significados?
Mais de 170 anos depois, Kilian se isola no mar. Pesquisa a oscilação das águas, o humor das marés. De dentro assiste outras tempestades, ansiedade, insegurança, aflição. Ninguém previu: nem bússolas, nem birutas ou mapas meteorológicos… é neste cenário que surge “ensaio sobre o ingovernável”.
perguntaria Ailton Krenak em seu Ideias para adiar o fim do mundo. Pág. 14 – Companhia das Letras
Texto de Paulo Kassab Jr.
Kilian Glasner 🇧🇷 (1977-) nasceu, vive e trabalha em Recife, Brasil. Ganhou seu primeiro prêmio aos 21 anos no Salão de Artes Visuais de Pernambuco. Se mudou para Paris onde se graduou na ecole des Beaux Arts. Foi aluno de Giuseppe Penone e expôs em Paris, Londres, Itália, Bélgica e Holanda. Ganhou o prêmio Rumos Visuais do Instituto Itaú Cultural com a instalação “Rua do Futuro”. Foi convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian de Lisboa para realizar a enorme instalação “O Brilhante futuro da cana-de-açúcar”.
In: Eucanaã Ferraz, Cinemateca, ed. Companhia das Letras
Eucanaã Ferraz 🇧🇷 (1961-) é um poeta nascido no Rio de Janeiro, publicou, entre outros, os livros de poemas Desassombro, Rua do mundo, Cinemateca, Sentimental e Escuta e para o público infanto-juvenil, Poemas da Iara, Bicho de sete cabeças e outros seres fantásticos, Palhaço, macaco, passarinho. É professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.