tag . 🇵🇹 Literatura Portuguesa

Exibindo página 2 de 4

a grande a tristeza do mundo

Al Berto
nos meus olhos descobrirás como é a grande a tristeza do mundo. lá fora é outra vez verão. In: Al Berto, / Al Berto 🇵🇹 (1948—1997) pseudônimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu em Coimbra, foi um poeta, pintor, editor e animador cultural português. Existe uma escola secundária com o...

Não sabe o Tempo ter firmeza em nada

Luís Vaz de Camões
Porque, enfim, tudo passa; Não sabe o Tempo ter firmeza em nada; E nossa vida escassa Foge tão apressada, Que quando se começa é acabada. / Luís de Camões, in Lírica terceiro volume das Obras Completas, ed. Círculo de Leitores / Luis Vaz de Camões 🇵🇹 (supostamente 1524-1580) e morreu...

um ponto final na puta da filosofia

Raquel Serejo Martins
Estás na tua casa e não te sentes em casa, já não sabes como viver na tua vida, e lembras-te de uma frase de Heidegger. Todos são o outro e ninguém é o próprio. Perguntas-te se isto é amor ou imitação, perguntas-te não quem és mas quem queres ser,...

Um deus passeando pela brisa da tarde

Mário de Carvalho
Lúcio Valério Quíncio é o magistrado de Tarcisis, cidade romana da Lusitânia no século II d. C. Como dirigente máximo, cabe-lhe tomar todas as decisões, enquanto tumultuosos acontecimentos conduzem a pequena cidade ao descontentamento geral. No exterior, notícias de uma invasão bárbara iminente, proveniente do Norte de África, obrigam-no...

um mundo onde a não encontrei

Edmundo de Bettencourt
Fiel à vida? Sim, mas não a um mundo onde a não encontrei. E quanto mais assim, de mim menos contrito morrerei! / In: Edmundo de Bettencourt, “De mim, da maioria”, in Poemas / Edmundo Alberto de Bettencourt 🇵🇹 (1899-1973) nascido em Funchal, foi cantor, poeta e fadista, que...

encontrar de novo a tua face

Eugénio de Andrade
só a ti canto, que não há desastre de onde não possa ainda erguer-me para encontrar de novo a tua face.   In:Eugénio de Andrade, “Soneto” in Os Amantes Sem Dinheiro, ed. Limiar / Imagem: “Body of Land” by Alexandra Levasseur / Eugénio de Andrade 🇵🇹 (1923-2005)  pseudônimo de...

Eu me perdi

Sophia de Mello Breyner Andresen
Eu me perdi na sordidez de um mundoOnde era preciso serPolícia agiota fariseuOu cocoteEu me perdi na sordidez do mundoEu me salvei na limpidez da terraEu me busquei no vento e me encontrei no marE nuncaUm navio da costa se afastouSem me levar   Sophia de Mello Breyner Andresen,...

o medo devora os dias

Herberto Helder
traças devoram as linhas linha a linha dos livros, o medo devora os dias dia a dia das vidas, a idade exasperada é ir investindo nela: a morte no gerúndio / In: Herberto Helder, Servidões, Poemas completos, / Herberto Helder de Oliveira 🇵🇹 (1930-2015) foi um poeta português, considerado o...

Na noite de todos os tempos

Alberto de Lacerda
Na noite de todos os tempos eu queria gravar a luz do teu rosto.   Dezembro de 1953 / In: Alberto de Lacerda, Labareda – Poemas Escolhidos, edição Tinta da China / Alberto de Lacerda, Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda 🇵🇹(1928—2007) foi um poeta, professor ocasional de literatura,...

alguém que eu nunca vi

Teixeira de Pascoaes
VII Quando eu era criança, Ao pôr-do-sol, chorava. E, ao ver dum ermo monte A roxa cor saudosa, Sem querer, invocava A imagem misteriosa De alguém que eu nunca vi Mas loucamente amava! / Teixeira de Pascoaes, Versos Pobres, ed. 1949 / Teixeira de Pascoaes 🇵🇹(1877-1952), pseudônimo de Joaquim...

tão frágil

Sophia de Mello Breyner Andresen
Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo In: / Sophia de Mello Breyner Andresen 🇵🇹 (1919-2004) nasceu no Porto e foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa,...

Cúpula

Manuel de Freitas
CÚPULA para a Inês Dias Mais cedo ou mais tarde, percebemos que nada vale a pena. Foi por ti, no entanto, que rodeei a cúpula da igreja onde sonhei morrer, num tímido e deselegante abraço. Agora que a morte é apenas uma certeza, e a vida uma estéril sucessão...

O amor é uma ave a tremer

Eugénio de Andrade
Quase nada O amor é uma ave a tremer nas mãos de uma criança. Serve-se de palavras por ignorar que as manhãs mais limpas não têm voz. IN: Primeiros Poemas, As mãos e os Frutos, Os Amantes sem Dinheiro, ed. Assírio & Alvim / Eugénio de Andrade 🇵🇹 (1923-2005) ...

O homem que engoliu a Lua

Mário de Carvalho
No Beco das Sardinheiras tudo pode acontecer. O que está em cima é igual ao que está em baixo, o que é estreito pode ser largo, o que é pequeno é grande também. É uma permanente alegria – olhem os desenhos de Pierre Pratt – de uma rua em...

Morreste-me

José Luís Peixoto
Morreste-me, texto que deu a conhecer o jovem escritor José Luís Peixoto, é uma obra intensa, avassaladora e comovente: é o relato da morte do pai mas, sobretudo, o relato do luto, e ao mesmo tempo uma homenagem, uma memória redentora. Todo o livro é um diálogo com o...

Contos da Montanha

Miguel Torga
Miguel Torga publicou em Coimbra, no ano de 1941 o livro de contos Montanha, que imediatamente foi apreendido pela polícia política. Em carta desse ano, Vitorino Nemésio, solidarizando-se com o amigo, escreveu a propósito dessa apreensão: “Acho a coisa tão estranha e arbitrária que não encontro palavras. De resto,...

O silêncio da água

José Saramago
Voltei ao sítio, já o Sol se pusera, lancei o anzol e esperei. Não creio que exista no mundo um silêncio mais profundo que o silêncio da água. Senti-o naquela hora e nunca mais o esqueci. O Silêncio da Água é uma fábula, um conto infantil autobiográfico escrito por...

seguir sem ti

Sophia de Mello Breyner Andresen
XIV Através do teu coração passou um barco Que não pára de seguir sem ti o seu caminho     / Sophia de Mello Breyner Andresen 🇵🇹 (1919-2004) nasceu no Porto e foi uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber...

aquela estrela azul e fria

Carlos de Oliveira
Legenda para aquela estrela azul e fria que me apontaste já de madrugada: amar é entristecer sem corrompermos nada. / Carlos de Oliveira, Trabalho Poético, edição Assirio & Alvim / Carlos de Oliveira 🇵🇹 (1921-1981) nasceu em no Pará, filho de portugueses emigrados no Brasil. Aos dois anos regressou...

Lenda Imperial

Fernando Pessoa
A minha Imaginação é uma cidade no Oriente. Toda a sua composição de realidade no espaço tem a voluptuosidade de superfície de um tapete rico e mole. As tendas que multicoloram as suas ruas destacam-se sobre não sei que fundo que não é o delas, como bordados de amarelo...