tudo é cor de rosa

Fiódor Dostoiévski
“E agora é primavera, então minhas ideias são sempre tão bonitas, nítidas, inventivas, e os sonhos que tenho são ternos; tudo é cor de rosa.”   “And now it’s spring, so my ideas are always so nice, sharp, inventive, and the dreams I have are tender; everything is rose-coloured.”...

Os amores difíceis

Italo Calvino
Esta coleção reúne contos escritos na juventude de Italo Calvino. Os primeiros foram escritos em 1945, quando Calvino tinha vinte e dois anos, e os últimos no início dos anos 1950, época em que o autor se firmava como uma das principais vozes da literatura italiana. A tradução é...

Três anos de Escorpião em Touro

Filipe Sambado
hyperpop music – Tem um novo álbum, com canções que vão da alegria à destruição em poucos segundos. É um disco maduro e elaborado, pensado como um todo, que reafirma este talento da pop alternativa...

Primavera

Edvard Munch
Na primavera se vence a batalha contra o inverno. A brisa suave e a luz suave do sol entram pela janela, as flores começam a desabrochar e um pequeno pardal está pronto para sentar no parapeito e cantar uma cantiga para alegrar os dias solitários desta jovem fraca e...

Meditación en el umbral

Rosario Castellanos
No, no es la solución tirarse bajo un tren como la Ana de Tolstoi ni apurar el arsénico de Madame Bovary ni aguardar en los páramos de Ávila la visita del ángel con venablo antes de liarse el manto a la cabeza y comenzar a actuar. No concluir las...

Perdoa-me se continuo a…

Filipa Leal
Perdoa-me se continuo a fazer pouca ginástica, se continuo a fazer coisas como poemas de amor. Enquanto tu, de mãos no volante, continuas a entrar na minha rua em sentido contrário.   In: Filipa Leal / Filipa Leal 🇵🇹 (1979-) é uma escritora, poetisa, argumentista e jornalista portuguesa nascida...

o medo no meio das palavras

Emil M. Cioran
Apenas cultivam o aforismo aqueles que conheceram o medo no meio das palavras, esse medo de se desmoronarem com todas as palavras. Emil M. Cioran In: CIORAN E. M., Syllogismes de l’Amertume (1952) Gallimard Silogismos da Amargura, tradução de Manuel de Freitas, ed. Letra Livre (2009) / “Prismas Elétricos”...

Jaroslava e seu prato

Alphonse Mucha
A primeira coisa que me chama a atenção neste retrato são os olhos da menina; concentrados, focados, sem piscar ou recuar, olhando profundamente para nossa alma. Com um olhar desse, pode-se supor que este era o retrato de uma femme fatale ou de uma feiticeira das lendas arturianas, mas...

Indolência ou Preguiça

Lao Tzu
“A cada vez, menos é feito. Até que a não-ação seja alcançada. Quando nada é feito, nada fica por fazer.”   Lao Tzu / Félix Vallotton, Indolência ou Preguiça, 1896 | A arte está repleta de representações onde a indolência não é explícita, mas esta xilogravura coloca a personagem...

O livro da primavera

Rotraut Susanne Berner
Chegou a primavera à cidade. E com ela, o bom tempo. Todos querem sair de casa e encontram-se no jardim, na praça, nos grandes armazens ou no parque.  A Beatriz e o João querem jogar à bola no parque, o Fernando tem muito que transportar e a Daniela vai...

Não há matéria para se fazer a tristeza

Eucanaã Ferraz
Não há matéria para se fazer a tristeza nessa manhã, manhã perfeita se a mão que me deu maio fosse a tua. / In: Eucanaã Ferraz, Cinemateca, ed. Companhia das Letras / Eucanaã Ferraz 🇧🇷 (1961-) é um poeta nascido no Rio de Janeiro, publicou, entre outros, os livros...

O Pobre Tolo

Teixeira de Pascoaes
O Pobre Tolo, escrito em 1923 e reescrito sete anos mais tarde, sob a designação de “elegia satírica”, é, segundo Tolentino de Mendonça, no seu prefácio a esta obra, uma “fantasia ao crepúsculo”, um “drama sonhado na ponte de S. Gonçalo”. No meio da ponte de S. Gonçalo, em...

Circe e seus amantes

Dosso Dossi
Aqui está a pintura “Circe e seus amantes em uma paisagem” (c. 1517) do pintor renascentista italiano Dosso Dossi. A pintura mostra uma lendária feiticeira cercada por seus amantes, todos transformados em animais. Circe é a chefe de sua ilha e azarado é o homem cujo navio encalha em...

Enfin seule!

Jean-Louis Forain
“Sometimes the remembrance in tranquility is better than the event.” — Wordsworth Ahh! Estar sozinha – existe algo mais doce no mundo? Bom, há coisas melhores… Mas, estar sozinha, ficar sozinha é um presente precioso às vezes. Por isso que a aquarela “Enfin seule!”  (1890) de Jean-Louis Forain do...

Dias de Sísifo

Ida Vitale
Do sempre amanhecer pelas manhãs** para ir anoitecendo o dia todo. / Ida Vitale, in Não sonhar flores, ed. Roça Nova, tradução: Heloísa Jahn / Ida Vitale (1923-) é uma poeta, tradutora, ensaísta, professora e crítica literária uruguaia membro do movimento artístico denominado Geração do 45 e representante da...

que caminho difícil é

Abbas Kiarostami
Que caminho difícil é a passagem da noite, do dia do bem, do mal do silêncio do tumulto do ódio da raiva do amor do amor / Abbas Kiarostami, FLORES SILVESTRES (poemas escolhidos), tradução de Bernardo Sá, edição Flâneur / Abbas Kiarostami 🇮🇷 (1949-2016) foi um poeta, cineasta, roteirista,...

Eu sou o monstro que vos fala

Paul B. Preciado
Em novembro de 2019, Paul Preciado foi convidado a falar para 3.500 psicanalistas na Jornada Internacional da Escola da Causa Freudiana em Paris, cujo tema era “Mulheres na psicanálise”. Seu discurso se inspirou no emblemático Relatório a uma academia, de Franz Kafka, em que um macaco diz a uma...

Compaixão

Anne Sexton
Pela primeira vez editada no Brasil, em edição bilíngue o trabalho inovador de Anne Sexton, a poeta que abriu caminho para gerações de escritoras, em uma seleção feita por sua filha e executora literária, Linda Gray Sexton, com tradução de Bruna Beber. Anne Sexton fez um trabalho que, em...

La húmeda torre

Delmira Agustini
¡Oh Tú! Yo vivía en la torre inclinada de la Melancolía… Las arañas del tedio, las arañas más grises, en silencio y en gris tejían y tejían. ¡Oh, la húmeda torre!… Llena de la presencia siniestra de un gran búho, como un alma en pena; Tan mudo que el...